Austrália Aumenta Produção de Mísseis em Resposta a Testes da China e Tensão no Indo-Pacífico

A Austrália está se preparando para um aumento significativo em sua produção de mísseis, reforçando a sua estratégia de defesa militar em meio a um cenário de crescentes tensões geopolíticas na região do Indo-Pacífico, especialmente em relação à China. O ministro da Indústria de Defesa, Pat Conroy, anunciou que, além de fortalecer a capacidade de ataque de longo alcance, o país pretende colaborar ainda mais com aliados estratégicos como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Essa decisão vem em resposta a preocupações com os testes recentes de um míssil balístico intercontinental (ICBM) pela China, que percorreu mais de 11.000 km antes de atingir o oceano Pacífico, próximo à costa australiana.

Conroy enfatizou que o Indo-Pacífico está à beira de uma nova era em que o armamento está sendo utilizado como uma ferramenta de coerção, justificando a necessidade de um aumento na produção e no estoque de mísseis. O governo australiano já iniciou a implantação de mísseis SM-6 em seus destróieres da Marinha, visando criar uma defesa sólida contra mísseis balísticos.

Em termos financeiros, a Austrália está comprometida em investir fortemente em sua capacidade de defesa. Recentemente, o país divulgou um acordo de A$ 7 bilhões (cerca de R$ 26,5 bilhões) com os Estados Unidos para a aquisição de mísseis SM-2 IIIC e produtos da Raytheon, além de uma previsão de investimento de A$ 74 bilhões (aproximadamente R$ 280,7 bilhões) ao longo da próxima década. Uma parte significativa desse montante, cerca de A$ 21 bilhões (aproximadamente R$ 79,6 bilhões), será direcionada à fabricação de armamentos em território australiano, por meio da Australian Guided Weapons and Explosive Ordnance Enterprise.

Além disso, o governo australiano planeja investir mais A$ 316 milhões (mais de R$ 1,1 bilhão) em parceria com a Lockheed Martin na produção de Sistemas de Foguetes de Lançamento Múltiplo Guiado (GMLRS), com previsão de início de operações em 2029. Essa iniciativa não apenas reflete um compromisso com a defesa nacional, mas também posiciona a Austrália como um exportador potencial de armamentos na região, em um contexto global de crescente militarização. As ações de Camberra são um sinal claro de que a Austrália está mais do que disposta a intensificar sua presença militar em face de desafios e rivalidades crescentes na Ásia-Pacífico.

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