Embora a expansão desses serviços possa ser vista como uma oportunidade de trabalho adicional para diversas pessoas, a associação com uma maior incidência de acidentes não passa despercebida. Especialistas apontam que, entre os principais fatores que contribuem para o aumento do risco de acidentes, estão a vestimenta inadequada de motociclistas e passageiros, as pressões impostas por plataformas de transporte e as duras realidades econômicas enfrentadas por esses profissionais, que muitas vezes sentem-se obrigados a priorizar a quantidade de corridas sobre a segurança.
Além disso, os especialistas destacam que a necessidade de oferecer um transporte alternativo é resultado de múltiplos fatores estruturais. A deficiência do transporte público, as condições precárias das vias e um trânsito caótico têm levado muitas pessoas a optar por motocicletas como uma solução prática para suas necessidades de deslocamento. No entanto, a importância do tema vai além da simples análise de números; é um reflexo das disparidades socioeconômicas que afetam especialmente as populações mais vulneráveis, que dependem deste tipo de transporte para suas atividades diárias.
É crucial, portanto, que as autoridades levem em consideração a realidade destes trabalhadores e não vejam a proibição do motociclismo por aplicativo como uma alternativa viável. Isso seria um golpe duro nos recursos de subsistência de muitos que residem em áreas periféricas e que utilizam essa modalidade de transporte por necessidade, e não por escolha. Buscar soluções que combinem segurança e oportunidades de trabalho é um desafio que deve ser enfrentado com seriedade e responsabilidade, levando em conta o bem-estar de todos os envolvidos.