Ana Paula Corrêa, chefe da divisão de doenças de transmissão hídrica e alimentar da Dive/SC, explicou que um surto é caracterizado pela presença de sinais e sintomas similares em duas ou mais pessoas em um curto período de tempo. A causa exata desse aumento de casos ainda não foi identificada, porém, a secretaria e a Dive acreditam que o calor intenso e o grande fluxo de turistas na cidade podem estar entre os motivos.
Com uma população de aproximadamente 576 mil habitantes, de acordo com o IBGE, a capital catarinense espera receber mais de 2 milhões de pessoas até o mês de março, o que pode contribuir para a disseminação da virose. O professor e pesquisador Oscar Bruna-Romero, especialista em imunologia e microbiologia da UFSC, destacou que surtos como esse, comumente observados após o Réveillon, são frequentemente causados por vírus transmitidos pela via oral-fecal.
As viroses, denominadas assim popularmente, são infecções do trato gastrointestinal que também podem ser provocadas por bactérias e protozoários. Nos últimos anos, o norovírus foi identificado como a principal causa desses surtos durante o verão. A transmissão desses agentes pode ocorrer pelo contato ou ingestão de água contaminada, inclusive por gelo feito com água imprópria.
Os sintomas incluem dores abdominais, vômito, diarreia e eventualmente febre. O tratamento consiste na busca pela melhora dos sintomas, repouso e, sobretudo, hidratação, uma vez que o organismo perde muitos líquidos devido aos vômitos e à diarreia. A secretaria de Saúde ressalta que, geralmente, os casos são de baixa gravidade e raramente evoluem para complicações que necessitem de internação.
Para evitar a contaminação, é recomendado atenção ao consumo de água e alimentos, higienização das mãos e cuidado com a qualidade da água do mar e dos rios. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina oferece um painel atualizado semanalmente com informações sobre a balneabilidade das praias. No último relatório, mais de um terço dos pontos de coleta apresentavam água imprópria para banho. É fundamental que os banhistas verifiquem essas informações antes de frequentar as praias para evitar possíveis contaminações.