Além disso, a auditoria investigou 31 entidades e descobriu que 96% dos aposentados ouvidos não participam de nenhuma associação, o que levanta suspeitas de fraudes nos descontos. Diante disso, a CGU recomendou ao INSS que avalie suspender acordos com as entidades que apresentaram um aumento significativo nos descontos entre 2023 e 2024.
As entrevistas foram feitas em todas as 27 unidades da federação a partir de abril deste ano, após a série de reportagens “Farra do INSS”, do Metrópoles, ter revelado o expressivo crescimento financeiro dessas associações, que arrecadaram mais de R$ 2 bilhões apenas entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024.
De acordo com a CGU, a tendência é que esse crescimento exponencial continue, com as associações arrecadando um total de R$ 2,6 bilhões diretamente das folhas de pagamento dos aposentados em 2024. Estas entidades cobram mensalidades acima de R$ 70 por mês e oferecem supostas vantagens em serviços como seguros e auxílios, porém, muitos aposentados afirmam desconhecer tais associações e os descontos em suas folhas de pagamento.
A investigação também apontou que as entidades possuem associados domiciliados em diferentes localidades do país, inviabilizando o acesso dos beneficiários aos serviços oferecidos. Além disso, relatos de pessoas com deficiências ou residentes no exterior que jamais autorizaram os descontos reforçam as suspeitas de irregularidades.
A CGU destacou ainda que, durante a auditoria, muitos entrevistados não reconheceram suas filiações ou as assinaturas presentes nos documentos de autorização de descontos. Em alguns casos, 100% dos entrevistados negaram ter se filiado às entidades investigadas.
Essa investigação da CGU foi motivada pelas denúncias trazidas à tona pelo Metrópoles, que revelou a ação de associações sem fins lucrativos aplicando descontos fraudulentos em aposentados, faturando milhões de reais. Medidas estão sendo tomadas para coibir essas práticas e garantir a segurança financeira dos beneficiários do INSS.
