A descoberta do caso ocorreu em 10 de setembro de 2024, quando um paciente transplantado manifestou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV, um vírus que ele não possuía antes da cirurgia. As autoridades investigaram todo o processo de transplante e apontaram o laboratório PCS Lab Saleme como responsável.
No total, seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelos crimes de organização criminosa, lesão corporal e falsidade ideológica. Entre os acusados estão sócios, funcionários e coordenadores do laboratório envolvido.
A denúncia do MPRJ ressalta que os acusados tinham plena ciência dos riscos de adquirir doenças, como o HIV, em pacientes que recebem órgãos transplantados e estão sob imunossupressores. Além disso, as filiais do laboratório não possuíam alvará e licença sanitária para operar, conforme constatado em relatório de inspeção da Vigilância Sanitária.
Há suspeitas de que o laboratório tenha falsificado resultados de exames, apresentando negativos para HIV, mesmo sem possuir os kits necessários e sem comprovar a compra dos materiais. A investigação aponta para irregularidades graves e negligência por parte dos responsáveis pelo transplante dos órgãos infectados.
A audiência de instrução marca mais um passo no desenrolar desse polêmico caso, que chocou a sociedade e envolveu negligência, falsificação e riscos à saúde dos pacientes transplantados. As vítimas aguardam por justiça e por respostas quanto aos danos causados por essa grave situação.