Ambos com mais de duas décadas de carreira nos palcos, Léo San, de 41 anos, e Maurício Silveira, de 47 anos, nunca haviam experimentado tamanha repercussão. Ao aceitarem o desafio da nudez em cena, os atores não imaginavam a confusão que isso causaria entre os espectadores presentes. Em uma cena de nudez masculina, um espectador acabou se revoltando após a sua companheira não querer sair da sala, demonstrando que a nudez ainda é um tema sensível para muitas pessoas.
Léo San, que é natural do Rio de Janeiro e iniciou sua carreira como modelo, já teve participações em diversas produções da TV Globo, destacando-se em novelas como “A dona do pedaço”. Já Maurício Silveira, também carioca, acumula mais de 20 peças teatrais em seu currículo, além de participações em novelas da emissora.
A peça “Pasolini no deserto da alma” é inspirada na vida do cineasta Pier Paolo Pasolini e aborda suas relações com o cristianismo, marxismo e homossexualidade. Os atores destacam a importância da nudez na montagem, evidenciando a transgressão presente na obra de Pasolini e a necessidade de se entregar totalmente ao personagem.
Apesar da repercussão e dos questionamentos sobre a nudez masculina em cena, os atores ressaltam a beleza e a delicadeza das cenas, sem apelações ou vulgaridade. Para eles, a nudez faz parte da arte e da expressão artística, não devendo ser motivo de controvérsias ou preconceitos.
Com a peça em cartaz até o próximo domingo, no Teatro Glauce Rocha, os atores esperam que o público consiga apreciar a obra em sua totalidade, sem se prender a preconceitos ou tabus. Afinal, a arte deve ser livre e capaz de provocar reflexões e emoções genuínas no espectador, sem restrições ou limitações impostas pela sociedade.