Mohammadi, ativista da luta por direitos da mulher no Irã, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em outubro deste ano “por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e seu combate para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”. No entanto, desde 2021, ela está detida na prisão de Evin, em Teerã, e tem usado sua voz para protestar contra o uso obrigatório do véu para as mulheres e a pena de morte no Irã.
A nova greve de fome de Mohammadi tem como objetivo demonstrar solidariedade à minoria religiosa bahá’í, que enfrenta discriminação em diversas esferas da sociedade iraniana. “Ela não está aqui conosco hoje, está na prisão e fará greve de fome em solidariedade a uma minoria religiosa”, disse seu irmão, Hamidreza Mohammadi, em coletiva de imprensa. Seu marido, Taghi Rahmani, também afirmou que o gesto será dedicado à minoria bahá’í, cujas principais figuras também estão em greve de fome.
Após enfrentar dificuldades em ser transferida para um hospital devido à recusa em cobrir a cabeça com um véu, Mohammadi realizou uma greve de fome de alguns dias no início de novembro. Agora, seus filhos gêmeos de 17 anos, Ali e Kiana, exilados na França desde 2015, representarão Mohammadi na cerimônia do Prêmio Nobel em Oslo.
Durante a cerimônia, os gêmeos lerão um discurso que a mãe conseguiu transmitir da prisão. Mohammadi receberá o prêmio “por sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e seu combate para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”, e será representada por seus filhos gêmeos de 17 anos, Ali e Kiana, exilados na França desde 2015, e que não veem a mãe há quase nove anos. Apesar dos desafios, sua filha Kiana expressou que “minha mãe sempre estará comigo em meu coração e com a minha família”.
A cerimônia contará com a presença da família real norueguesa e de outras personalidades, e a comunidade internacional ouvirá mais sobre a luta de Mohammadi e de outras ativistas contra a opressão e discriminação de minorias religiosas no Irã.”