Ataques dos EUA não abalam programa nuclear do Irã, que permanece quase inalterado, afirmam fontes da inteligência americana.

Os recentes bombardeios liderados pelos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã, ocorridos no último sábado, geraram diversas análises e contestações sobre o impacto real dessas ações. Segundo informações não oficiais de fontes ligadas ao Pentágono, as operações militares não conseguiram destruir os principais componentes do programa nuclear iraniano, o que desafia as declarações otimistas do presidente norte-americano, Donald Trump, que assegurou que as estruturas haviam sido “totalmente obliteradas”. A avaliação da inteligência dos EUA sugere que os danos foram mínimos, com um atraso estimado no progresso nuclear de apenas alguns meses.

Neste ambiente conturbado, a assessora de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, desqualificou essas informações, chamando-as de uma tentativa maliciosa de minar a reputação de Trump. O tom crítico em relação aos dados apresentados pela mídia reflete um esforço estratégico para fortalecer a narrativa do governo sobre o sucesso das intervenções militares. E, nesse contexto de rivalidade de narrativas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considerou os ataques como uma “vitória histórica”, enfatizando a colaboração estreita entre Israel e os Estados Unidos em suas ações contra Teerã. Netanyahu agradeceu a Trump, destacando o apoio sem precedentes que Israel encontrou na administração atual, e prometeu responder firmemente a quaisquer tentativas do Irã de retomar seu programa nuclear.

Contrapondo-se às visões do governo dos EUA, um relatório do The Times of Israel indicou que as ações coordenadas de Washington e Tel Aviv poderiam de fato atrasar o programa nuclear iraniano em “anos”, trazendo à tona um debate acalorado sobre a eficácia dessas operações. Ao mesmo tempo, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, mencionou um “declínio significativo” nas capacidades nucleares do Irã após os recentes ataques, reforçando a percepção de que a pressão internacional sobre Teerã está surtindo efeito.

Enquanto a batalha de narrativas continua a se intensificar, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos, ciente das implicações que esses eventos podem ter na segurança regional e global. O Irã, por sua vez, mantém sua posição de que não está buscando desenvolver armas nucleares, ressaltando sua intenção de utilização pacífica da energia nuclear.

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