Ataques coordenados em sinagoga e igrejas deixam pelo menos seis policiais e um padre mortos no Daguestão, Rússia.

No sul da Rússia, na república do Daguestão, um cenário de violência chocou o país neste domingo. Pelo menos seis policiais e um padre foram mortos em ataques realizados por homens armados em duas cidades da região. A ação criminosa teve como alvo uma sinagoga, pelo menos duas igrejas e um posto policial, conforme informações divulgadas pelo Ministério do Interior local.

Os tiroteios ocorreram nas cidades de Makhachkala, a capital do Daguestão, e em Derbent, localizada na fronteira com o Azerbaijão. Autoridades policiais locais relataram que cerca de uma dúzia de policiais ficaram feridos nos ataques, que parecem ter sido coordenados.

Até a noite de domingo, não havia uma clareza sobre a distribuição do número total de vítimas entre as duas cidades. Imagens divulgadas pelas agências de notícias estatais russas mostraram a sinagoga de Derbent em chamas, sendo que tanto a sinagoga quanto uma igreja foram incendiadas, segundo comunicado da polícia local.

Em Makhachkala, homens armados abriram fogo em uma rua que abriga uma sinagoga local, em um cenário de terror que assustou a população. Os atiradores foram perseguidos e pelo menos quatro deles foram mortos por policiais, enquanto alguns ainda estão foragidos. As autoridades bloquearam as entradas de Makhachkala para tentar impedir a fuga dos agressores.

O Comitê Investigativo Russo abriu uma investigação de terrorismo sobre os ataques, que acontecem em um contexto de tensões étnicas e religiosas no Daguestão, que tem enfrentado um alto índice de violência nas últimas décadas. A república, de maioria muçulmana e que também abriga uma população judaica, tem sido palco de episódios violentos, como o ataque ocorrido em outubro em um aeroporto em Makhachkala, quando uma multidão invadiu o local em busca de passageiros judeus.

Sergei Melikov, chefe do Daguestão, declarou que os ataques de domingo tinham como intuito desestabilizar a situação pública na região. O episódio ocorre apenas alguns meses após um violento ataque terrorista em uma sala de concertos nos arredores de Moscou, que resultou na morte de 145 pessoas. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, enquanto autoridades americanas atribuíram o atentado ao ISIS-K, um braço do grupo extremista. A situação na região preocupa as autoridades e a população, que clamam por mais segurança e ações efetivas contra o terrorismo.

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