Astrônomos Localizam a Rajada de Rádio Mais Brilhante da História
Recentemente, uma equipe de astrônomos fez uma descoberta extraordinária ao rastrear a rajada rápida de rádio (FRB) mais brilhante até hoje, identificada como FRB 20250316A, ou RBFLOAT. Essa explosão cósmica, que em meros milissegundos libera uma quantidade de energia correspondente à somatória da vida do Sol, foi localizada em uma galáxia situada a impressionantes 130 milhões de anos-luz da Terra. Tal avanço representa um marco significativo na pesquisa sobre esses fenômenos ainda enigmáticos.
As FRBs, que foram detectadas pela primeira vez em 2007, desafiam a compreensão dos cientistas, tanto por sua brevidade quanto pela escassez de eventos repetitivos. A hipótese dominante sugere que essas explosões são provocadas por magnetares, que são estrelas de nêutrons com campos magnéticos extremamentes intensos. A nova descoberta pode ajudar a validar essas teorias ou até a oferecer novos caminhos de investigação.
O radiotelescópio CHIME, apelidado de “máquina de descoberta de FRBs”, foi crucial para a detecção da RBFLOAT. Este instrumento revolucionário conseguiu não apenas captar o sinal, mas também localizá-lo em uma região diminuta da galáxia NGC 4141, um feito que é comparável a enxergar uma moeda situada a 100 quilômetros de distância. Segundo Amanda Cook, líder da equipe da Universidade McGill, essa habilidade de identificar a origem das rajadas representa uma transformação na astronomia moderna, possibilitando distinguir se esses fenômenos são causados por estrelas em fim de vida ou por outras entidades astrofísicas exóticas.
A identificação da fonte permitiu o acionamento imediato do Telescópio Espacial James Webb (JWST), que registrou um sinal infravermelho próximo ao ponto de origem da explosão. Essa observação é a primeira do tipo, evidenciando a associação potencial entre a FRB e um objeto identificado como NIR-1, que pode ser uma estrela gigante vermelha ou uma estrela massiva de meia-idade. Apesar de inicialmente não estarem ligadas a eventos tão energeticos, a hipótese mais promissora sugere que NIR-1 pode ter uma companheira mais exótica — uma estrela de nêutrons que estaria absorvendo material da gigante vermelha, levando à geração da FRB.
À medida que os cientistas analisam esses dados valiosos, o desaparecimento da fonte infravermelha com o tempo poderá indicar que a luz detectada foi apenas um reflexo da explosão inicial, reforçando a teoria de que um magnetar isolado poderia ser a origem da RBFLOAT. A intensidade do evento e a proximidade relativa a Terra, aliadas à capacidade do JWST de capturar imagens detalhadas, tornam esta descoberta não apenas relevante, mas crucial para as futuras investigações sobre rajadas rápidas de rádio.