Astro-alimentação: Cientistas desenvolvem proteína a partir de urina para sustentar astronautas em missões espaciais.

Viajar ao espaço é uma empreitada repleta de desafios, especialmente quando se trata da nutrição dos astronautas. As condições hostis e a escassez de recursos tornam a alimentação uma tarefa complexa. Pensando em soluções inovadoras, um grupo de pesquisadores europeus desenvolveu um pó proteico surpreendente, elaborado a partir de ar, água, eletricidade e até mesmo da urina dos astronautas, processados por microrganismos. O início dos testes desta tecnologia teve lugar em novembro.

Intitulado HOBI-WAN — uma sigla que faz referência às “bactérias oxidantes de hidrogênio em ausência de peso como fonte de nutrição” — o projeto é uma colaboração entre a empresa alemã OHB System AG e a finlandesa Solar Foods. A iniciativa está sendo apoiada pela Agência Espacial Europeia (ESA), que busca soluções sustentáveis para a alimentação em missões espaciais prolongadas.

A proposta é desenvolvida a partir de uma filosofia que evita o uso de insumos de origem vegetal ou animal. A Solar Foods já havia criado o produto denominado Solein na Terra, que consiste em uma proteína alternativa. O desafio agora é adaptar essa produção para as especificidades do ambiente espacial, garantindo que os astronautas recebam todos os nutrientes necessários de forma prática e eficiente.

O HOBI-WAN representa um avanço significativo na busca por fontes de alimentação que não dependam de recursos da Terra. Se bem-sucedido, o projeto pode revolucionar a forma como as missões interplanetárias se alimentam, abrindo caminho para a exploração de longas durações no espaço, como as planejadas para Marte.

Os pesquisadores acreditam que esta abordagem pode transformar a logística de alimentos em viagens espaciais, uma vez que a urina, uma subproduto dos astronautas, será reciclada de maneira a tornar-se uma fonte de proteína valiosa. O desenvolvimento dessa tecnologia não apenas contribui para a saúde e bem-estar dos tripulantes, mas também propõe uma reflexão sobre a sustentabilidade em ambientes extremos.

Com o avanço contínuo da pesquisa, a expectativa é de que essa inovação possa, em breve, ser uma realidade nos cardápios dos astronautas, ampliando as possibilidades para o futuro da exploração espacial.

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