Assaltos a pedestres no DF apresentam queda, mas preocupam: 5.518 casos registrados em seis meses; celulares seguem como principal alvo dos criminosos.

Entre janeiro e junho de 2023, o Distrito Federal registrou 5.518 assaltos a pedestres, de acordo com dados oficiais consultados. Embora este total represente uma significativa redução de 9,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando ocorreram 6.022 ocorrências, a média de quase 30 assaltos por dia ilustra a persistente vulnerabilidade dos cidadãos nas calçadas e vias públicas da capital do país.

O celular continua a ser o principal alvo dos criminosos, aparecendo em 75% dos casos reportados. Uma jovem de 22 anos, identificada como Paloma (nome fictício), compartilhou sua angustiante experiência. Ela foi abordada logo após descer de um ônibus na Asa Sul, onde dois homens, agindo em conluio, a surpreenderam. Um dos assaltantes, que já havia demonstrado comportamento suspeito dentro do ônibus, inicialmente se aproximou dela sob a falsa pretensão de pedir informações, o que fez Paloma decidir descer antes de seu destino habitual.

No momento em que ela pisou na calçada, os assaltantes exigiram seu celular em meio a ameaças. “Foi tudo muito rápido, e eu acabei perdendo um aparelho que custou 5 mil reais”, contou a jovem. Dias depois, ela localizou seu celular na Feira dos Importados de Ceilândia, mas ao tentar recuperar o aparelho, a polícia informou que precisaria de um mandado judicial para revistar a loja. Imagine-se a angústia quando sua irmã, se passando por cliente, confirmou que o vendedor havia desbloqueado o celular dela com a própria senha, sugerindo que os criminosos a observaram antes de cometer o roubo.

Outro caso que ilustra a grave situação ocorreu durante o Carnaval. Lucas (nome fictício), de 20 anos, foi agredido ao tentar reagir a um assalto no Setor Comercial Sul. Em meio a um bloco de carnaval, o jovem teve seu celular arrancado das mãos e, ao correr atrás do criminoso, acabou sendo atacado por outros integrantes do grupo. “Quando consegui me recuperar, eles já haviam desaparecido”, lembrou, enfatizando que, ao não anotar o número de IMEI, facilitou o problema.

Câmeras de segurança têm sido úteis no registro de assaltos, refletindo a audácia dos criminosos. Um caso ilustre ocorreu em Ceilândia, onde um ladrão assaltou duas vítimas em menos de 11 minutos, enquanto outro não hesitou em roubar uma pedestre durante o dia, ignorando suas súplicas.

O impacto dos smartphones vai além do roubo físico. Criminosos podem utilizar os dados pessoais das vítimas para praticar fraudes digitais, transferências bancárias e até abrir contas fraudulentas. Especialistas alertam que desbloquear um aparelho sem consentimento é um crime de invasão de dispositivo, com penalidades que podem ser severas, incluindo estelionato digital.

A crescente insegurança nas ruas e a utilização de tecnologia para o crime revelam a urgência de medidas mais eficazes para proteger os cidadãos e combater a criminalidade no Distrito Federal.

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