Mas ela não está sozinha nesta escolha. Uma pesquisa rápida pode nos trazer nomes de famosas como as irmãs Kardashians (Kim e Kourtney), a atriz January Jones e a cantora Jennifer Lopez que também realizaram o ritual após o nascimento de seus filhos.
Segundo a doula Thais Barral, em tradições milenares existem rituais de placenta como enterrar, queimar, devolver à terra, plantar árvores e também o de ingestão. “Na realidade não é comer a placenta inteira. A gente corta um pedacinho, bate num suco ou numa vitamina e o restante, conforme a necessidade ou o que o casal queiser fazer, a gente processa virando pó ou cápsulas.”, conta Thais.
Aqui no Brasil, e longe de tanta polêmica, Luíza Diener, mãe de três e autora do blog Potencial Gestante, tinha lido um depoimento sobre o assunto, antes de optar por consumir a placenta de suas duas filhas mais novas. Mesmo porque, teve a primeira impressão mais comum, de que era nojento. “Se falar em comer a placenta a pessoa já imagina uma coisa assim meio ‘Game Of Thrones’, pegando o órgão todo ensanguentado, comendo e lambuzando a cara de sangue”, ela conta. Acostumada com tratamentos homeopáticos e fitoterápicos, Luíza ingeriu as placentas em forma de cápsulas e encarou como mais um remédio natural.
Embora não haja comprovações científicas de que a ingestão da placenta faz bem, Luíza sentiu uma diferença clara nos puerpérios das meninas. No pós-parto de Constança, por exemplo, sentia-se muito cansada, anêmica e com tonturas. Quando as cápsulas chegaram, imediatamente passou a sentir-se revigorada e com mais energia. Ela lembra que a recuperação do primeiro parto, do primogênito Benjamin, foi mais lenta. Ao falar do último e mais recente puerpério, Luíza conta que a escolha pelo consumo foi automática.
Benefícios
Alega-se que o consumo da placenta ajuda na reposição hormonal, pode evitar dores do começo do pós parto e depressão, além de fortalecer a mulher e gerar mais força para a produção do leite. “Acho que foi umas das coisas mais marcantes que eu percebi, que meu leite aumenta bastante quando eu consumo a cápsula de placenta.”, afirma Luíza. Thais completa, “a placenta devolve para o corpo da mulher muitos dos hormônios e das vitaminas que estão concentradas e que seriam passadas para o bebê.”.
A ingestão da placenta é uma escolha do casal, não existe uma necessidade médica. “Os planos de saúde estrangeiros, principalmente da Europa, ressarcem o gasto com o processamento da placenta, mas é uma escolha do casal e não existe uma necessidade médica”, explica a doula. A única contra indicação para o consumo é quando a mãe tem uma doença contagiosa, como hepatite, caso essa placenta seja consumida por outra pessoa. Algumas vezes, o marido ou outros filhos podem compartilhar do ritual.
Tanto a doula Thais Barral quanto Luíza consideram essencial que a escolha pela ingestão do órgão seja compartilhada e bem conversada com todos envolvidos no momento do parto. “Eu tive duas amigas que tiveram parto hospitalar, optaram por fazer o encapsulamento e eu busquei a placenta pra elas no hospital. Então elas precisaram conversar com a obstetra e precisaram conversar com a doula. Para a doula acompanhar essa placenta, para ter certeza de que ela ia ser bem armazenada e acondicionada”, conta Luíza, que teve Constança e Guadalupe em partos domiciliares.
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25/10/2016