Um estudo recente, conduzido por biólogos da Universidade Wilfrid Laurier, no Canadá, indica que esses “incêndios zumbis” estão se tornando mais comuns nas florestas árticas devido às mudanças climáticas. Segundo a pesquisa, as chamas que sobrevivem à neve estão consumindo as raízes das árvores, ao contrário do que se esperava, que seria a queima da turfa, material orgânico rico em carbono encontrado sob o solo.
Além disso, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Fairbanks, no Alasca, revelou que três dos principais incêndios florestais do país em 2019 permaneceram ativos no início de 2020, mesmo debaixo de neve.
A situação é preocupante para algumas comunidades, como a de Fort Nelson, em Columbia Britânica, Canadá, onde a fumaça continua emanando da neve mesmo com temperaturas de -40°C. Em janeiro, a província canadense registrou 106 “incêndios zumbis” ativos, aumentando a preocupação das autoridades em relação ao que pode acontecer quando o verão começar, no início do segundo semestre. A expectativa é que os focos de calor que sobreviveram ao inverno deem origem a incêndios gigantes quando a neve derreter.
Essa preocupação se estende à província vizinha de Alberta, onde essas ocorrências geralmente começam a partir de abril. No ano passado, os incêndios florestais consumiram mais de 18 milhões de hectares no Canadá, um número que supera a média do país na última década. A temporada foi uma das mais fatais da história recente do país.
Diante desse cenário, as autoridades locais estão mobilizadas para encontrar soluções que possam minimizar os impactos desses “incêndios zumbis”, que representam uma ameaça cada vez maior para o norte do Canadá e o Alasca.