Nos últimos dias, Paris, a emblemática Cidade Luz, tem atraído olhares de todo o planeta ao sediar os Jogos Olímpicos de 2024. Além das vibrantes competições esportivas, outro fator tem capturado atenções: a presença marcante de um talento brasileiro fora das arenas. Trata-se do artista plástico e visual Paulo Accioly, natural de Maceió, Alagoas, que está brilhando com sua arte na prestigiosa exposição fotográfica no Parque Urbano de Paris, localizado na icônica Praça da Concórdia (Place de La Concorde).
Paulo Accioly é o único brasileiro escolhido pelo comitê olímpico para exibir sua série fotográfica, um projeto que busca retratar a “Herança” no esporte. Sua estrela é a skatista alagoana Karolzinha, simbolizando a transmissão de legado dos pais para os filhos. A exposição integra a programação oficial dos Jogos Olímpicos, celebrando uma fusão entre arte, cultura, shows e esportes urbanos como skate, breakdance, basquete e freestyle. Até o momento, 325 mil ingressos foram vendidos, evidenciando o enorme interesse do público pelas inúmeras atividades oferecidas até o dia 11 de agosto.
Para participar da exposição, Accioly passou por um rigoroso processo seletivo que avaliou sua trajetória artística e profissional. Ao ser anunciado como um dos sete artistas selecionados, seis deles franceses, o alagoano teve apenas 10 dias para preparar sua série fotográfica. Ele escolheu imortalizar a trajetória de Karolzinha, uma jovem de 20 anos que começou sua jornada no skate nas ruas de Vergel do Lago, em Maceió, e rapidamente se destacou no cenário nacional, incentivada pelo amor ao esporte que herdou de seu pai, Bob.
A relação entre Paulo e Karolzinha vai além do simples capturar de imagens. Para ele, a história da skatista e de seu pai encapsula perfeitamente o tema da “Herança”. “Eles foram a minha ideia de herança. O pai começa a andar de skate para seguir uma vida correta e passa esse legado para os filhos. Ela aprende, se torna profissional, campeã, e deixa essa herança para uma nova geração de skatistas em Maceió”, explicou Paulo, emocionado com a profundidade dessa conexão.
Em seu trabalho, Paulo utilizou a fotografia analógica, uma escolha que remete aos desafios enfrentados por Karolzinha em sua trajetória. “Eu não me sentia mais fotógrafo há muito tempo. Demorei muito para perceber que estava ficando legal, mas o processo me fez reconhecer que ainda sou capaz. Então foi um longo trabalho de tratamento das imagens”, afirmou o artista.
Finalizadas, as fotos foram exibidas na exposição em Paris, onde Karolzinha e seu pai puderam ver o resultado de perto, emocionando-se com a homenagem. Paulo compartilhou sua satisfação ao ver a recepção entusiástica do público parisiense e a identificação com a brasilidade presente em suas obras. “O mais legal é o Brasil ser reconhecido como país, como estética. Mesmo falando do Vergel, de Maceió, as pessoas entendem que isso é Brasil”, comemorou Paulo.
Mellina Freitas, secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, exaltou o impacto do trabalho de Accioly na cena artística internacional, destacando a importância de reconhecer e promover o talento alagoano. “A participação de Paulo em Paris não apenas destaca a qualidade de sua obra, mas também coloca Alagoas no mapa mundial das artes visuais”, declarou.
Paulo Accioly, que possui um histórico diversificado de exposições, fotolivros, colagens e filmes, além de prêmios e reconhecimento global, continua a ser impulsionado por sua paixão pela arte e sua conexão com Alagoas. “Eu gosto de falar de coisas que me tocam. Meu trabalho mistura cultura popular, minorias, o Brasil e o Nordeste”, disse ele, indicando que muitos de seus futuros projetos continuarão a refletir suas raízes e tradições alagoanas.
Interessados podem acompanhar o artista em suas redes sociais pelo perfil @pauloaccioly, onde ele compartilha suas mais recentes criações, incluindo detalhes da série fotográfica apresentada em Paris.
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