O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou articulações para garantir apoio ou, ao menos, neutralidade do PSD e do MDB nas eleições presidenciais de 2026. A movimentação ocorre no plano nacional, diante do avanço de setores dessas legendas que defendem uma candidatura da direita, enquanto, em Alagoas, o cenário é visto como estável para os petistas.
No estado, o MDB é comandado pelo grupo político dos Calheiros, que mantém influência direta sobre o PSD local. Marcelo Victor, presidente da Assembleia Legislativa, e o governador Paulo Dantas, ambos ligados aos Calheiros, são filiados ao MDB e exercem controle político sobre o PSD alagoano, o que afasta, ao menos por ora, riscos de alinhamento dessas siglas a projetos adversários ao Palácio do Planalto.
A preocupação de Lula se concentra em outros estados, especialmente em São Paulo. Na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) mantém proximidade com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome apontado como possível candidato à Presidência. Tarcísio conta ainda com o apoio de uma ala influente do PSD, liderada por Gilberto Kassab, presidente nacional do partido e integrante do secretariado do governo paulista.
Essa articulação paulista, considerada estratégica dentro do MDB e do PSD, defende abertamente a candidatura de Tarcísio em 2026, o que acendeu o alerta no núcleo político do governo federal. Diante desse cenário, Lula passou a mapear aliados em cargos do segundo escalão que possam se comprometer com sua reeleição, mesmo contando formalmente com ministros de partidos do centrão.
A estratégia do Planalto é explorar as divisões internas no campo da direita e ampliar o número de aliados dentro dos partidos de centro, por meio de acordos regionais e da construção de palanques estaduais. Para interlocutores próximos, Lula aposta em sua experiência política para navegar nesse ambiente fragmentado e evitar que PSD e MDB formalizem apoio a um projeto presidencial adversário em 2026.







