Parlamentares estão levantando questionamentos sobre uma suposta viagem particular ao exterior agendada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo líder da bancada da União Brasil, Elmar Nascimento (BA), um dos principais aliados de Lira. A viagem estaria marcada para a próxima semana, o que levou à antecipação e ampliação do esforço concentrado no Congresso Nacional, com previsão de votações importantes, como o arcabouço fiscal, que pode afetar o teto de gastos do governo, as novas regras do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e a reforma tributária.
De acordo com a Constituição, os parlamentares só podem tirar férias do meio do ano, de 19 a 31 de julho, se a Câmara e o Senado aprovarem a tempo o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias. No entanto, a aprovação não ocorrerá neste mês. Com isso, vários deputados afirmam que após esta semana só pretendem retornar a Brasília em agosto. Isso significa que o recesso, que deveria começar em 19 de julho apenas se as diretrizes orçamentárias fossem aprovadas, pode não apenas acontecer, mas ser prolongado.
Mesmo antes desses acontecimentos, os parlamentares já haviam acordado em tirar uma “folga” mesmo sem a aprovação das pautas prioritárias do governo, o que é chamado de “recesso branco”. Com a antecipação promovida por Lira, esse período de férias informais será prolongado, passando de duas para três semanas.
Parlamentares ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmaram que o presidente da Câmara havia manifestado a intenção de participar de um cruzeiro do cantor Wesley Safadão, que partirá na segunda-feira (10) da Flórida, nos Estados Unidos, com uma parada na chamada “ilha exclusiva do Safadão nas Bahamas”.
No entanto, essas informações ainda não foram confirmadas oficialmente pela assessoria de Arthur Lira ou de Elmar Nascimento. O suposto planejamento da viagem e a antecipação do recesso têm gerado críticas e questionamentos sobre a priorização das férias em detrimento das pautas importantes em discussão no Congresso Nacional.
