Arthur Lira orienta deputados a não deporem à PF em polêmica com delegado: “Defenderia imunidade parlamentar”

Na tarde desta terça-feira (26/11), durante uma reunião com líderes partidários, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), manifestou sua posição em relação à ofensiva da Polícia Federal contra deputados que criticaram um delegado na tribuna da Casa. Lira orientou os colegas a não deporem quando forem chamados à PF para falar sobre os episódios e assegurou que defenderia a prerrogativa de imunidade parlamentar na próxima fala no plenário.

O caso envolve dois deputados de oposição, Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que foram indiciados pela PF sob alegação de terem cometido crimes de calúnia e difamação ao discursar contra o delegado Fábio Alvarez Shor, que atua em inquéritos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outros políticos de direita, junto ao ministro Alexandre de Moraes do STF.

Durante a reunião, Lira demonstrou irritação e ressaltou que os discursos proferidos na tribuna da Câmara deveriam estar protegidos de qualquer investigação do tipo, devido à imunidade parlamentar que os congressistas possuem para expressar suas opiniões. A situação se torna ainda mais delicada quando se considera que nas redes sociais, onde não há consenso jurídico sobre a imunidade, os parlamentares podem se tornar alvos de inquéritos.

Além disso, Lira pretende embasar seu discurso no parecer da Procuradoria Parlamentar da Câmara, que discorda da abertura do inquérito. O procurador Luís Tibé (Avante-MG) declarou que o STF deve coibir a instauração de inquéritos que busquem apurar o conteúdo das manifestações parlamentares, preservando o direito constitucional à inviolabilidade e ao livre exercício do mandato popular.

O parecer da Procuradoria da Câmara ressalta que a investigação contra o deputado Marcel Van Hattem configura uma “forma indireta de perseguição política”, interferindo na independência do Poder Legislativo e comprometendo o pleno exercício dos mandatos conferidos pelo povo. Além disso, destaca que a investigação agride o direito à livre manifestação do pensamento e à crítica.

Dessa forma, a atuação de Arthur Lira como defensor da imunidade parlamentar surge como uma forma de proteger os direitos constitucionais dos congressistas e evitar possíveis interferências externas que comprometam o exercício legítimo de seus mandatos. A questão permanece em debate e será discutida no plenário da Câmara, onde a garantia da imunidade parlamentar estará em destaque.

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