A peça central da descoberta é uma tigela de barro, na qual a abreviação “FLAC” foi talhada. O nome, que se presume referir-se ao soldado, Flaccus, fez dele o habitante mais antigo da cidade a ter sua identidade confirmada, superando os registros anteriores em cerca de 150 anos. Os itens encontrados na sepultura não se limitaram à tigela; os arqueólogos também desenterraram um estrígil de bronze, um instrumento utilizado na época para limpar o corpo, além de um conjunto de quatro pratos de cerâmica, todos feitos de um tipo de barro conhecido como terra sigillata. Esses pratos apresentavam selos de fabricantes, o que indicou que foram produzidos na Itália por volta do início da Era Comum.
A análise dos artefatos e a sua datação sugerem fortemente que Flaccus era um soldado que fazia parte de um assentamento militar conhecido como Coriovallum, localizado na fronteira germânica durante o Império Romano. Essa descoberta não somente lança luz sobre a vida de um indivíduo específico, mas também fornece informações valiosas sobre as práticas funerárias e a vida cotidiana dos romanos que habitavam essa região.
Heerlen, uma cidade com rica história romana, se torna agora ainda mais intrigante com essa nova revelação. A pesquisa continuará, à medida que os arqueólogos aprofundarem seus estudos sobre o contexto cultural e histórico da época, permitindo assim uma melhor compreensão da civilização romana e suas interações com as populações locais. A identificação de Flaccus representa um marco importante na arqueologia, evidenciando a importância dos pequenos detalhes que, quando adequadamente analisados, podem reescrever partes da história.