O vaso, que possui cerca de 20 centímetros de profundidade, destaca-se pela sua decoração meticulosa, com desenhos elaborados e inscrições que incluem o nome de seu fabricante. Esta descoberta é particularmente significativa porque representa o primeiro exemplo completo de cerâmica lustrosa já encontrado em Harran, uma técnica que atinge sua apoteose na era medieval islâmica. Para alcançar o brilho característico deste tipo de cerâmica, o vaso passou por um processo de cozimento inovador que incluiu três etapas, resultando em um esmalte multicolorido e sofisticado que confere ao objeto um brilho metálico impressionante.
De acordo com os pesquisadores envolvidos na escavação, este artefato remonta aos períodos Zengid e Ayyubid, situando-se no século XII d.C. Este detalhe cronológico é essencial, pois insere o vaso no contexto histórico de um período de grande atividade cultural e comercial na região, onde a cerâmica islâmica ilumina a excelência artesanal da época.
Além de sua relevância estética, a tigela é uma peça-chave para entender as práticas comerciais, sociais e culturais de Harran, que, em tempos antigos, era um próspero centro de aprendizado e comércio. Uma vez que a região passou por várias mudanças políticas e culturais ao longo dos séculos, o estudo desse artefato pode oferecer aos historiadores novas perspectivas sobre a vida cotidiana e as interações sociais das comunidades que habitavam aquela área.
Assim, a descoberta do vaso não só fascina os arqueólogos, mas também traz à tona a importância da preservação de patrimônios históricos, garantindo que futuras gerações possam aprender mais sobre a rica tapeçaria cultural que moldou a civilização na Turquia e no mundo islâmico. A continuidade das escavações em Harran promete revelar ainda mais segredos do passado, e os próximos anos poderiam desenterrar novos tesouros que ajudarão a iluminar a história da região.