Arqueólogos encontram túmulo de mulher guerreira do século X na Hungria, desafiando estereótipos sobre papéis de gênero nas sociedades medievais europeias.

Recentemente, uma descoberta arqueológica significativa foi feita na Hungria, onde pesquisadores identificaram o primeiro túmulo conhecido de uma mulher guerreira datado do século X. Esta revelação, ocorrida na bacia dos Cárpatos, lança novas luzes sobre a presença feminina em papéis tradicionalmente reservados a homens durante o período medieval na Europa Central.

O sepultamento, localizado no cemitério de Sarretudvari–Hizofold, continha diversos artefatos que não apenas evidenciam a posição única da mulher na sociedade da época, mas também desafiam as noções preconcebidas sobre o que significava ser mulher em um contexto militar. Entre os objetos encontrados, destacam-se um arco adornado com uma placa de chifre, fragmentos de flechas, uma aljava e, notavelmente, joias que são características do vestuário feminino, como um anel de cabelo de prata e contas de vidro e pedras semipreciosas.

A análise dos restos ósseos revelou que a mulher possuía sinais de osteopenia, indicando uma perda de massa óssea típica de mulheres mais velhas, além de apresenta ferimentos cicatrizados que podem ser o resultado de traumas relacionados à prática de atividades intensas, como o manuseio de armas e equitação. Estas descobertas são particularmente intrigantes, pois sugerem que a mulher poderia ter participado ativamente de batalhas ou outras atividades que exigiam um alto nível de condicionamento físico.

Historicamente, a arqueologia já documentou sepulturas de mulheres com armas em outras regiões, mas esses achados são extremamente raros na bacia dos Cárpatos. Portanto, a descoberta desse túmulo não só enriquece nossa compreensão sobre a antiguidade, mas também provoca uma reavaliação dos papéis de gênero existentes nas sociedades medievais. A combinação de armas e joias no sepultamento sugere que essa mulher pode ter exercido funções que iam desde responsabilidades domésticas até a atuação em contextos militares, desafiando assim as narrativas tradicionais sobre as mulheres da época.

Essas investigações continuam a trazer à tona a complexidade das sociedades medievais, mostrando que as contribuições femininas para a cultura e para a guerra eram, de fato, significativas e multifacetadas.

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