O sepultamento, localizado no cemitério de Sarretudvari–Hizofold, continha diversos artefatos que não apenas evidenciam a posição única da mulher na sociedade da época, mas também desafiam as noções preconcebidas sobre o que significava ser mulher em um contexto militar. Entre os objetos encontrados, destacam-se um arco adornado com uma placa de chifre, fragmentos de flechas, uma aljava e, notavelmente, joias que são características do vestuário feminino, como um anel de cabelo de prata e contas de vidro e pedras semipreciosas.
A análise dos restos ósseos revelou que a mulher possuía sinais de osteopenia, indicando uma perda de massa óssea típica de mulheres mais velhas, além de apresenta ferimentos cicatrizados que podem ser o resultado de traumas relacionados à prática de atividades intensas, como o manuseio de armas e equitação. Estas descobertas são particularmente intrigantes, pois sugerem que a mulher poderia ter participado ativamente de batalhas ou outras atividades que exigiam um alto nível de condicionamento físico.
Historicamente, a arqueologia já documentou sepulturas de mulheres com armas em outras regiões, mas esses achados são extremamente raros na bacia dos Cárpatos. Portanto, a descoberta desse túmulo não só enriquece nossa compreensão sobre a antiguidade, mas também provoca uma reavaliação dos papéis de gênero existentes nas sociedades medievais. A combinação de armas e joias no sepultamento sugere que essa mulher pode ter exercido funções que iam desde responsabilidades domésticas até a atuação em contextos militares, desafiando assim as narrativas tradicionais sobre as mulheres da época.
Essas investigações continuam a trazer à tona a complexidade das sociedades medievais, mostrando que as contribuições femininas para a cultura e para a guerra eram, de fato, significativas e multifacetadas.