Arqueólogos Egípcios Descobrem Estela Rara do Decreto de Canopo em Tell el-Pharaeen, a Primeira Encontrada em 150 Anos com Inscrições Apenas em Hieróglifos

Recentemente, arqueólogos egípcios realizaram uma descoberta significativa ao desenterrar uma versão raríssima e apenas hieroglífica do icônico Decreto de Canopo em Tell el-Pharaeen, marcando um marco inédito no campo da egiptologia. Trata-se da primeira cópia completa do mencionado decreto da era ptolomaica encontrada nos últimos 150 anos, com a última versão tendo sido localizada em Kom el-Hisn, no delta ocidental do Nilo, em 1881.

Esta estela de arenito, uma das mais importantes descobertas arqueológicas recentes, se destaca entre as sete cópias conhecidas do decreto que datam do século III a.C. por ser inscrita exclusivamente em hieróglifos. O objeto mede 127,5 cm de altura, 83 cm de largura e 48 cm de espessura, o que o torna um exemplar robusto e impressionante do período.

O topo da estela apresenta uma iconografia tradicional associada à realeza egípcia, com um disco solar alado em destaque, cercado por duas deusas representadas na forma de cobras, cada uma adornada com as Coroas Branca e Vermelha — símbolos do Alto e do Baixo Egito, respectivamente. Entre as divindades está a inscrição “Di-Ankh”, que traduz-se como “vida dada”, evocando a proteção divina conferida ao soberano.

O Conselho Supremo de Antiguidades do Egito revelou que esta nova estela é singular, já que, ao contrário das seis cópias trilíngues conhecidas, ela apresenta inscrições apenas na forma hieroglífica, oferecendo uma nova perspectiva sobre o decreto emitido por Ptolomeu III em 283 a.C.

Origem do Decreto de Canopo remonta a 238 a.C. e trata-se de um documento trilíngue que foi esculpido em pedra ou bronze, apresentando inscrições em hieróglifos, escrita demótica e grego antigo. Este decreto é essencial na história egípcia, pois concede a Ptolomeu e à rainha Berenice honrarias por suas generosas contribuições aos templos egípcios, além de reconhecer a devoção dos soberanos aos deuses e o cuidadoso manejo dos animais sagrados que mantinham às suas próprias expensas.

Assim, o achado não apenas enriquece a compreensão da história ptolomaica, mas também reafirma a relevância da arqueologia como ferramenta vital para a redescoberta do passado e dos valores culturais do Egito Antigo.

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