Arqueólogos descobrem três murais maias em Dzibanché, no México, retratando serpentes e criaturas mitológicas da antiga civilização maia.

Recentemente, arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México realizaram uma importante descoberta no sítio arqueológico de Dzibanché, localizado na península de Iucatã. Durante escavações que fazem parte do Programa para o Melhoramento das Zonas Arqueológicas (Promeza), atrelado ao projeto Trem Maia, foram desenterrados três murais que datam do período clássico maia.

Dzibanché, cuja tradução em língua maia é “escrita em madeira”, possui uma rica história que remonta a aproximadamente 300 a.C. Durante sua glória, a cidade serviu como a capital da poderosa dinastia Kaan, que dominou partes significativas das terras baixas centrais da civilização maia. A relevância cultural e histórica do local faz deste sítio um ponto focal para estudos sobre as práticas e crenças da civilização maia.

As representações artísticas encontradas nos murais são impressionantes e refletem aspectos mitológicos e sociais da cultura maia. O primeiro mural retrata duas figuras em posição de guarda, posicionadas ao lado de um pedestal que anteriormente suportava uma estátua. Este cenário é complementado por símbolos que remetem aos governantes da dinastia Kaan, evidenciando o status e a importância desta linhagem.

O segundo mural, por sua vez, apresenta figuras contra um vibrante fundo de céu noturno, adornado com estrelas e serpentes, elementos frequentemente vistos na arte maia e teotihuacana. As serpentes, em particular, desempenham um papel significativo, simbolizando tanto a conexão com o cosmos quanto o poder dinástico.

Por último, o terceiro mural emerge como um festim visual de criaturas mitológicas e animais que estão associados às constelações, oferecendo uma visão sobre a cosmologia maia. Neste mural, as serpentes entrelaçadas se destacam como um motivo predominante, não apenas em termos artísticos, mas também como um símbolo da reivindicação dos governantes Kaan à linhagem divina.

Essas descobertas não apenas enriquecem o panorama arqueológico de Dzibanché, mas também oferecem novas perspectivas sobre a complexa interligação entre arte, mitologia e poder na sociedade maia, restaurando um pouco da história de uma civilização que deixou profundas marcas na Mesoamérica. As escavações em andamento prometem revelar ainda mais segredos ocultos sob a terra, colocando Dzibanché como um local de destaque para o futuro da arqueologia maia.

Sair da versão mobile