Conforme a pesquisa, os braços arrancados eram utilizados como troféus de guerra, enfatizando a celebração de vitórias militares. O estudo destaca que os corpos das vítimas frequentemente apresentavam marcas de fraturas e perfurações, indicando que eram torturadas antes de serem expostas publicamente após a morte. Tal brutalidade cumpria um duplo papel: servia como um exemplo de dominação e consolidava a coesão social entre os vitoriosos, ao mesmo tempo que humilhava os derrotados. A violência ritualizada funcionava, portanto, não apenas como um ato físico, mas como uma ferramenta simbólica de poder e controle.
Os restos humanos analisados incluíram 14 esqueletos, com datações indicando que pertenceram a um período marcado por conflitos entre tribos nativas e invasores. As análises isotópicas dos dientes revelaram que os corpos tinham origens específicas, permitindo distinguir as vítimas invasoras dos nativos. Os primeiros eram geralmente de combatentes que morreram em batalha, enquanto os últimos foram capturados, torturados e executados.
A possibilidade de que todos os cativos tenham sido capturados vivos e posteriormente escravizados ou adotados por famílias locais levanta questões sobre a interação entre os grupos. Tudo isso revela um entendimento mais sutil das identidades tribais e das complexas dinâmicas sociais da época. O arqueólogo Rick Schulting, um dos responsáveis pelo estudo, afirma que essa representação da violência não era apenas um espetáculo, mas uma afirmação de uma hierarquia de poder, que, como na história humana, sempre enfrentou a transitoriedade, pois os que dominam podem ser, um dia, dominados.
Essas descobertas nos convidam a refletir sobre os ciclos de violência e controle na história humana, evidenciando que, mesmo em sociedades primitivas, as marcas da guerra estavam infundidas em práticas complexas, que combinavam aspectos sociais, políticos e espirituais.