Segundo um estudo publicado no periódico Latin American Antiquity em 23 de janeiro, a jovem, que tinha entre 17 e 20 anos e estava grávida de 7 a 9 meses, foi sepultada entre 771 e 953 d.C. A mulher apresentava fraturas no crânio, sugerindo que tenha sido morta por um golpe nesta região. Além disso, a remoção violenta de suas mãos e perna esquerda indica a realização de um ritual peculiar de morte.
O túmulo também continha o crânio de uma pessoa de 25 a 35 anos e uma oferta queimada datada de 991 a 1025 d.C., que possivelmente foi colocada na sepultura após a morte da mulher. A descoberta levantou suspeitas de que ela tenha sido sacrificada, o que coloca em questão o papel da vítima na sociedade Manteño.
Os artefatos encontrados no sepultamento, como conchas de berbigão nas órbitas oculares da mulher e lâminas de obsidiana ao redor de seu corpo, levantam a possibilidade de que ela ocupasse uma posição de poder na sociedade. A bioarqueóloga Sara Juengst, uma das autoras do estudo, sugere que a gestante poderia ter sido uma figura importante, e que sua morte poderia estar ligada a rivais buscando tomar seu lugar.
Os pesquisadores exploram duas hipóteses para explicar a morte da jovem: a primeira relacionada à garantia de prosperidade da colheita durante um período de El Niño e a segunda vinculada à dinâmica política e social da época. Ambas hipóteses oferecem novas perspectivas sobre como fatores ambientais, sociais e culturais influenciaram os rituais do passado, especialmente em relação ao sacrifício e ao tratamento das mulheres nas antigas civilizações do Equador.