Descoberta Arqueológica Revela Mosaico de 1.500 Anos na Turquia
Em uma escavação recente na província de Diyarbakir, situada no sudeste da Turquia, arqueólogos fizeram uma extraordinária descoberta: um mosaico de 1.500 anos que apresenta símbolos religiosos raros, incluindo uma Estrela de Davi entrelaçada com uma cruz cristã, além de uma enigmática inscrição em grego antigo. Este achado ocorreu em março, no distrito de Ergani, enquanto moradores realizavam a abertura de uma sepultura moderna no bairro de Ozbilek.
O mosaico, com aproximadamente 35 metros quadrados, destaca-se por seus sofisticados padrões geométricos, que imediatamente chamaram a atenção de autoridades locais. O sepultamento foi interrompido e o Museu de Diyarbakir foi alertado, resultando em uma rápida ação da Gendarmaria, que isolou a área. Uma equipe de arqueólogos foi então mobilizada para uma escavação emergencial.
De acordo com o vice-diretor do museu, Mehmet Celebi, especialistas acreditam que a peça remonta ao final do período romano ou ao início da era bizantina. A qualidade do mosaico e a simbologia presente sugerem que ele pode ter pertencido a uma vila ou a um espaço religioso. Além disso, a inscrição grega, que consiste em seis linhas, ainda não foi completamente traduzida; no entanto, estudos preliminares indicam que pode ser uma petição formal de caráter espiritual ou legal, possivelmente relacionada à construção original do local.
A combinação da Estrela de Davi com a cruz cristã é particularmente intrigante para os acadêmicos, pois exemplifica o sincretismo religioso da época, sugerindo interações culturais entre as comunidades judaica e cristã na região durante a Antiguidade. Essa descoberta ilustra como essas civilizações poderiam ter coexistido e influenciado umas às outras em contextos sociais e religiosos.
Após a escavação, as autoridades locais protegeram o mosaico e determinaram a preservação obrigatória do local, o que gerou preocupações entre a população, dado que a área também é um cemitério moderno. Para evitar conflitos, o Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural estipulou que novos enterros devem ocorrer em uma zona separada.
Acredita-se que o sítio arqueológico esteja nas proximidades da antiga cidade de Memalan, uma área ainda pouco explorada. Futuras escavações podem revelar um assentamento maior, oferecendo novos insights sobre a vida religiosa e social na Anatólia antiga. Essa descoberta, considerada uma das mais significativas da região nos últimos anos, não apenas oferece uma visão do sincretismo religioso, mas também pode ser chave para compreendermos melhor a identidade cultural daquela época. A inscrição, cuja tradução ainda está em andamento, pode revelar informações cruciais sobre a finalidade da estrutura e seu contexto histórico.
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