Os investigadores analisaram uma sepultura datada do quinto milênio a.C., onde encontraram um esqueleto que indicava um indivíduo de estatura impressionante, entre 171 e 177 cm. O jovem havia sido enterrado em posição fetal, sem nenhum objeto funerário, em uma cova mais profunda do que o normal. Esse fato suscitou novas questões sobre as práticas funerárias e as crenças da época.
O estudo forense revelou que o esqueleto apresentava traumas severos, como perfurações e compressões no crânio, que expuseram o cérebro, além de lesões em outros membros. Um fragmento ósseo fundido no crânio sugere que o jovem sofreu uma lesão significativa, no entanto, essa ferida não foi fatal. As marcas deixadas no esqueleto indicam que ele foi atacado por um grande predador, e a análise dos ferimentos exclui a possibilidade de mortes por violência interpessoal ou utilização de armas.
Mais intrigante ainda, os sinais de cicatrização observados nos ossos mostram que, após o ataque, o jovem viveu por vários meses, sugerindo que membros da comunidade se mobilizaram para cuidar dele durante sua convalescença. Essa dinâmica social oferece um vislumbre de empatia e solidariedade em um tempo em que a sobrevivência dependia da força coletiva.
A ausência de objetos funerários e a profundidade incomum da cova suscitam especulações sobre a ambivalência social em relação a ele após sua morte. Esses detalhes revelam mais do que a experiência de um indivíduo; eles abrem um diálogo sobre o modo como as sociedades antigas lidavam com seus membros em situações de vulnerabilidade. Este achado não apenas ilustra uma história de sobrevivência, mas também destaca os laços humanos e a complexidade social que existiam há milênios nas regiões dos Bálcãs.










