O estudo publicado recentemente destaca que esse artefato, com aproximadamente 100 milímetros de comprimento e 13 milímetros de diâmetro, possui uma extremidade afiada, enquanto a outra se apresenta quebrada. A pesquisa, liderada pelo doutor José Morillo León, da Universidade de Kiel, na Alemanha, sugere que o objeto é uma peça semelhante a pingentes anteriores encontrados, mas que, até então, haviam sido datados de períodos posteriores, como o pingente descubierto em Granada, que é datado entre 2500 e 2450 a.C.
O espécime encontrado em Bòbila Madurell é, portanto, o mais antigo conhecido que utiliza dente de hipopótamo como material. Os cientistas responsáveis pela escavação enfatizam a importância da matéria-prima utilizada, que foi importada, apontando para uma ampla rede de intercâmbio que existia na época, revelando aspectos sociais e econômicos da população que habitava a região.
Os arqueólogos também destacam o notável fator de que o dente utilizado para o artefato não é de um hipopótamo pré-histórico, mas sim de um animal considerado “recente”, apontando para as complexas interações que ocorreram entre as sociedades antigas e os recursos disponíveis em seu ambiente. Esta descoberta não apenas lança nova luz sobre os costumes e práticas das civilizações que povoaram o norte da Espanha durante o terceiro milênio a.C., mas também abre um leque de novas pesquisas sobre a importância dos hipopótamos nos contextos culturais da época.
Diante de todas essas informações, a descoberta desse artefato representa um avanço significativo no entendimento da pré-história da região e das interações humanas com o meio ambiente, exemplificando a riqueza cultural que ainda pode ser desvendada por meio da arqueologia.