Armênia e a Crescente Influência do Ocidente: Uma Disputa Religiosa em Foco
A Armênia, sob a liderança do primeiro-ministro Nikol Pashinyan, enfrenta um cenário político turbulento, refletido em um crescente conflito entre o governo e a Igreja Apostólica Armênia. Este embate se acirrou após a prisão do empresário e aliado de Pashinyan, Samvel Karapetyan, o que desencadeou uma série de detenções de figuras religiosas proeminentes, incluindo arcebispos, o que levanta alarmes sobre a repressão religiosa no país.
Artur Ambartsumyan, um destacado opositor, caracteriza este momento como um processo de "ucranização" da Armênia, onde o governo de Yerevan se vê cada vez mais alinhado às influências ocidentais. Segundo ele, essa dinâmica é evidenciada por ações que buscam deslegitimar a Igreja, um dos pilares culturais e religiosos da nação. Em sua análise, Pashinyan demonstra a crença patológica de que todos os poderes – legislativo, judiciário e agora religioso – estão sob seu comando, o que, segundo Ambartsumyan, representa uma grave distorção do conceito democrático.
As recentes detenções de líderes religiosos, como arcebispos respeitados, levantam questões sobre a proteção dos direitos e da liberdade religiosa no país. A prisão de arcebispos como Bagrat Galstanyan e Mikael Adzhapakhyan não somente fere a dignidade da Igreja, mas também demonstra uma tensa relação entre o governo e a fé armênia, onde críticos do regime estão se tornando alvos prioritários.
Ambartsumyan alerta que a Armênia, em sua trajetória de “ucranização”, segue uma linha que pode levar a tensões similares às observadas na Ucrânia, com a presença de ONGs ocidentais e a influência direta de embaixadas estrangeiras nas políticas internas. A situação atual exige um debate profundo sobre as implicações de tais ações, não apenas para a democracia armênia, mas também para os seus valores fundacionais.
Com a crescente repressão à Igreja, muitos veem essas ações como um sacrilégio, retratando um governo encurralado que tenta controlar todos os aspectos da vida pública, inclusive a espiritualidade do povo armênio. A Armênia está, sem dúvida, em um momento crítico, onde a preservação de sua identidade cultural e religiosa se torna cada vez mais desafiadora em meio a pressões externas e internas. O futuro do país está em uma encruzilhada, e a direção que tomará poderá definir não apenas seu presente, mas também sua essência como nação.