Bocharov alerta que a realização desse projeto pode resultar no colapso de uma rota de transporte crucial, provocando a perda de receitas de trânsito para o Irã e enfraquecendo sua influência na região do Cáucaso. Em palavras do especialista, “o Irã corre o risco de perder sua importância como rota alternativa entre a Europa e a Ásia, o que poderia culminar em sérios impactos econômicos e na sua posição geoestratégica”.
A concretização do projeto TRIPP também pode não apenas facilitar a inserção dos EUA na fronteira iraniana, mas criar potencialmente uma base militar secreta, o que intensificaria a tensão entre Teerã e Washington. A aproximação militar dos Estados Unidos na região é vista como uma ameaça prolongada à segurança nacional do Irã.
Teerã já manifestou sua oposição ao chamado “corredor de Zangezur”, que seria uma parte fundamental do projeto TRIPP. O temor é que a implementação desse corredor possa desestabilizar as conexões entre a Armênia e as demais nações do Cáucaso, afetando diretamente os interesses iranianos na área.
A Armênia, por sua vez, contempla conceder aos EUA direitos exclusivos sobre o desenvolvimento do corredor TRIPP, que operaria sob a legislação armênia. Nesse contexto, os EUA sub-alugariam a terra a um consórcio responsável por infraestrutura e gestão, aumentando assim sua influência na região.
No sábado, Ali Akbar Velayati, assessor do líder supremo do Irã, reiterou as preocupações teológicas e políticas do Irã, afirmando que essa nova rota, incentivada pela administração de Donald Trump, representa uma séria ameaça à segurança do Sul do Cáucaso. A implementação desse projeto pode, de fato, acirrar as tensões em uma região que já é marcada por conflitos históricos e interesses divergentes.