O clima durante a votação foi tenso, com embates verbais e acusações de manipulação do processo legislativo. A deputada Marcela Pagano, integrante da base governista, acusou o presidente da Câmara, Martín Menem, de ter compartilhado um áudio destinado a tumultuar o debate. Enquanto isso, policiais foram mobilizados em grande número, temendo confrontos após uma reprimenda recente que resultou em mais de uma centena de detenções e feridos, incluindo o caso de um fotógrafo que ficou em estado crítico após ser atingido por gás lacrimogêneo.
Além da aprovação do crédito, a situação se torna ainda mais complexa com a oposição, representada por sua principal coalizão, Unión por la Patria, que já se manifestou contra o novo endividamento. Eles argumentam que a solicitação de um novo empréstimo ao FMI contraria a Constituição argentina, que requer a aprovação do Congresso para acordos dessa natureza. A oposição já informou à diretora do FMI, Kristalina Georgieva, que não reconhecerá os compromissos assumidos pelo governo Milei.
Estima-se que o novo empréstimo possa variar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, somando-se à already existindo uma dívida de cerca de US$ 44 bilhões, acumulada durante o governo anterior. Com as eleições legislativas se aproximando, o debate sobre o novo endividamento e suas consequências econômicas poderá se tornar um dos temas centrais da disputa política no país, intensificando ainda mais as tensões entre governo e oposição.