Argentina investiga Evo Morales por tráfico de pessoas e relações com menores durante exílio político; ex-presidente nega acusações e fala em motivação política.

A recente declaração da ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, agitou os âmbitos político e social da América Latina ao acusar o ex-presidente boliviano Evo Morales de tráfico de pessoas e relações com menores de idade durante seu período de asilo político no país. Em um pronunciamento formal, Bullrich ressaltou que essas acusações emergem de um escândalo ainda mais perturbador: a suposta relação de Morales com quatro adolescentes, que teria ocorrido enquanto ele estava sob proteção argentina.

Segundo Bullrich, há cerca de duas semanas, o ministério já havia movido uma ação judicial contra o ex-presidente, buscando investigar as alegações de tráfico e violência sexual. Essas novas acusações se somam a um caso anterior registrado na Bolívia, onde Morales enfrenta suspeitas de ter abusado sexualmente de uma menor durante seu tempo no cargo, entre 2006 e 2019. A situação se complica ainda mais com a alegação de que essa jovem deu à luz uma criança com o nome de Morales na certidão de nascimento.

Morales, por sua vez, renega as acusações, afirmando que elas são parte de uma estratégia política para desacreditá-lo, especialmente com a proximidade das eleições presidenciais de 2025, nas quais ele planeja desafiar o atual presidente, Luis Arce. A comoção não se limita apenas às disputas políticas, mas se estende a eventos tumultuados na Bolívia, onde milhares de apoiadores de Morales têm promovido protestos intensos e até ações mais radicais, como a retenção de 200 soldados em quartéis.

Na última semana, Morales foi novamente implicado em um incidente violento, onde alegou ter sido alvo de um atentado. Ele publicou um vídeo nas redes sociais mostrando seu carro com marcas de balas, enquanto denunciava uma tentativa de homicídio. Após esses eventos, o ex-presidente anunciou uma greve de fome como forma de pressionar o governo boliviano a estabelecer um diálogo sobre a grave escassez de moeda estrangeira que afeta o país, além de reivindicar a libertação de manifestantes detidos durante os protestos.

A intersecção entre as alegações legais contra Morales e a instabilidade política na Bolívia promete continuar a ser um tema central de debate e controvérsia na região nos próximos meses.

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