Um fator adicional a ser considerado é que a efetivação da extradição dependerá da análise final do presidente argentino, Javier Milei. Milei, que já expressou opiniões contrárias ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, poderá influenciar o desfecho dessa situação. O tempo que levará para a Suprema Corte argentina deliberar sobre os possíveis recursos ainda é incerto, o que pode prolongar o processo por períodos significativos.
A decisão do Judiciário argentino também abrangeu a detenção de um total de 61 brasileiros que foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil, após um pedido formal do governo brasileiro. Até o mês de setembro deste ano, mais de 180 solicitações de refúgio político por parte de brasileiros foram registradas na Argentina, conforme indicadores do Ministério das Relações Exteriores do país.
Os eventos de 8 de janeiro de 2023 marcaram uma tentativa de desestabilização do governo recém-empossado, com uma invasão e depredação de símbolos do poder público em Brasília, como o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Aproximadamente 2 mil indivíduos, que estavam acampados nos arredores de quartéis, foram detidos, resultando na liberação posterior de 775 pessoas. O STF proferiu condenações severas, com penas sendo cumpridas em alguns casos sob fiscalização eletrônica.
Recentemente, em outubro de 2023, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os eventos de 8 de janeiro apresentou seu relatório final. O documento, assinado pela senadora Eliziane Gama, recomenda o indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por uma variedade de crimes relacionados à tentativa de derrogação da estrutura democrática do país. Essa movimentação legal e política sinaliza um esforço contínuo para responsabilizar os envolvidos e reafirmar a primazia do Estado de direito no Brasil.









