Como sequência imediata a esse incidente, a Argélia não só chamou de volta seus embaixadores como também fechou seu espaço aéreo para todas as aeronaves vindas do Mali, além de suspender voos comerciais de Argel para Bamako. O Mali, por sua vez, respondeu com uma ação semelhante: encerrou seu próprio espaço aéreo e trouxe de volta seu embaixador em Argel.
As tensões entre os dois países não são novas. Nos últimos meses, eles já haviam trocado manifestações de descontentamento, culminando em um período em que ambos os países convocaram seus embaixadores mutuamente para consultas. Além disso, o Mali também anunciou o fim de um acordo de paz assinado com a Argélia em 2015, refletindo um aprofundamento da crise nas relações bilaterais.
O governo do Mali, que enfrenta desafios significativos em relação à segurança interna, principalmente devido a grupos armados associados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico, entrou em um ciclo de tensões não apenas com a Argélia, mas também com outras nações. Recentemente, o ministro das Relações Exteriores do Mali fez declarações polêmicas na qual acusou a Ucrânia de ser uma ameaça à segurança africana e se reuniu com representantes da Rússia, buscando fortalecer laços e apoio militar.
A situação no Sahel, onde os estados enfrentam um aumento da criminalidade e da violência terrorista, complica ainda mais o cenário. As tensões entre a Argélia e o Mali ilustram como a rivalidade regional pode se intensificar, potencialmente afetando a segurança e a estabilidade não apenas desses países, mas de toda a região. O desfecho deste conflito diplomático ainda é incerto, mas o cenário atual indica que a escalada de tensões pode levar a repercussões mais graves nos já tumultuados relacionamentos dentro da Aliança dos Estados do Sahel.