A programação foi idealizada com a participação ativa das comunidades quilombolas. Mônica Nunes, secretária de Cultura, mencionou a importância de ouvir os anseios e expectativas dos representantes locais durante a organização do festival. “Esse é o resultado da valorização da ancestralidade do nosso povo e do orgulho de construir um festival em parceria com as comunidades”, declarou.
Entre as atrações, Genilda Maria, artesã do Carrasco, expressou seu entusiasmo ao apresentar uma variedade de obras que incluíam pintura, costura e escultura. Ela destacou a relevância do artesanato como um reflexo da cultura local, ressaltando a habilidade e a criatividade da comunidade. A exposição contou ainda com fotografias da pesquisadora Ana Araújo, que buscou capturar a vivência da comunidade no pau D’Arco.
O evento também promoveu a roda de conversa “Ancestralidade e Resistência”, onde figuras proeminentes de terreiros de Arapiraca, como Pai Samuel e Mãe Rita, compartilharam suas vivências e a importância das tradições. “Nós somos os produtores de cultura dessa cidade e não podemos ser invisibilizados”, enfatizou Klévio Thawan, ressaltando o papel central da cultura afro-brasileira na identidade local.
Manuela Lourenço, superintendente de Igualdade Racial de Alagoas, também participou do evento, ressaltando a importância dos terreiros como centros de memória e proteção social. “Precisamos valorizar e preservar essas tradições que são passadas de geração para geração”, afirmou.
Ao final da noite, as bandas Quiçaça e Vibrações animaram a Tenda Cultural Mestre Afrísio Acácio, trazendo suas melodias contagiantes e celebrando a cultura afro-brasileira. Para Luiz de Assis, vocalista da banda Vibrações, tocar em Arapiraca é sempre uma experiência especial, especialmente em um contexto que honra a consciência negra.
A Noite Preta foi, sem dúvida, um marco na celebração da cultura negra, destacando a importância da resistência e da valorização das tradições que moldam a identidade de Arapiraca.









