Arábia Saudita pode controlar políticas de Trump no Oriente Médio e moderar tensões entre Israel e Palestina, afirmam fontes do governo árabe.



Nos últimos dias, o cenário geopolítico no Oriente Médio voltou a ser agitado com as recentes nomeações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que demonstram um viés pró-Israel. Neste contexto, os Estados árabes estão depositando suas esperanças na Arábia Saudita, acreditando que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MBS) pode servir como um moderador das políticas do novo governo americano na região. A expectativa é que Riad utilize sua influência e o relacionamento construído com Trump para frear possíveis medidas que poderiam desestabilizar ainda mais a região, como a anexação da Cisjordânia ou ações militares mais agressivas em Gaza.

A relação entre MBS e Trump é considerada crucial, especialmente em momentos de crise e tensão. No passado, durante a administração Trump (2017-2021), Riyadh adotou uma postura transacional, promovendo uma política de “pressão máxima” contra o Irã e, ao mesmo tempo, se posicionando de forma estratégica em relação a Israel. O apoio de Trump ao príncipe herdeiro, mesmo diante das polêmicas e críticas internacionais após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, estabeleceu um vínculo que agora é visto como uma chave para influenciar a política americana.

Esse vínculo é ainda mais relevante considerando os Acordos de Abraão, que resultaram na normalização das relações entre Israel e vários países árabes, incluindo os Emirados Árabes Unidos. Embora a iniciativa tenha avançado, as tensões entre Hamas e Israel, acirradas desde 7 de outubro de 2023, colocam em xeque a estabilidade regional e os esforços para uma paz duradoura.

À medida que a administração Trump se prepara para assumir, líderes árabes estão atentos ao potencial de MBS para facilitar diálogos que possam interromper o ciclo de violência e promover uma resolução pacífica do conflito israelo-palestino. A dinâmica entre Washington e Riyadh será observada de perto, não apenas pela importância das relações bilaterais, mas também pelo impacto que essas interações terão no tão necessário equilíbrio de poder no Oriente Médio.

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