As críticas direcionadas à PEC não se restringem apenas à proposta em si, mas se estendem ao Congresso Nacional e ao presidente da Câmara, Hugo Motta. De acordo com a análise, 46% das menções negativas estão diretamente ligadas ao nome de Motta e à atuação da Câmara dos Deputados. É importante destacar que as desaprovações ganharam força principalmente através de parlamentares de esquerda, que têm utilizado as plataformas digitais para manifestar seu descontentamento.
Por outro lado, apenas 17% das menções foram consideras positivas, vindas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Estas postagens muitas vezes incluíram também críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), refletindo um cenário polarizado em que o apoio à PEC é acompanhado de ataques a outras instituições.
A pressão da opinião pública fez com que alguns deputados, diante do projeto como um todo e de suas repercussões negativas, se sentissem compelidos a se desculpar por terem votado a favor da proposta. Além disso, protestos contra a PEC e o regime de urgência que a acompanha estão programados para ocorrer neste domingo (21) em 33 cidades, incluindo 22 capitais.
Num evento promovido por apoiadores de Bolsonaro na Itália, o deputado Eduardo Bolsonaro caracterizou a proposta como “PEC da Sobrevivência”. Ele mencionou a influência de políticos do STF em processos que estariam colocando em risco a liberdade dos parlamentares, argumentando que a PEC representaria um meio necessário de proteção ao Poder Legislativo, o que ele considera uma questão de sobrevivência, não de impunidade.
Após a aprovação nos dois turnos pela Câmara, a proposta agora está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, presidida por Otto Alencar. O senador se posicionou de maneira firme contra a PEC, deixando claro que não acredita que ela consiga avançar na Casa Revisora. Essa situação revela a complexidade do ambiente político atual e os desafios que a PEC da Blindagem enfrenta para ser efetivada.