Apreensão no Brasil com possível retorno de Trump à Casa Branca: analistas temem instabilidade e retrocesso em agendas ambientais.

O Brasil está em um estado de apreensão diante da possibilidade do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Com a tensão crescente em meio ao cenário eleitoral norte-americano, analistas e membros do governo brasileiro expressam preocupações sobre as implicações que uma eventual reeleição do ex-presidente republicano poderia ter nas relações entre os dois países.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio à atual vice-presidente Kamala Harris, candidata pela chapa democrata, e caracterizou a reeleição de Trump como um sinal do ressurgimento de ideologias extremistas, como o nazismo e o fascismo, em nível global. Esse sentimento revela não apenas uma preocupação com a ascensão de uma liderança que já demonstrou apatia em relação a questões de direitos humanos e democracia, mas também a expectativa de uma dinâmica de relacionamento mais complicada entre Washington e Brasília.

Um dos pontos que mais preocupa o governo brasileiro é a perspectiva de um “aumento do potencial de conflito” entre as administrações, dada a mudança das prioridades que Trump pode trazer. A relação amistosa que Lula mantém com Joe Biden pode não se repetir, criando um cenário de instabilidade e incerteza. Fontes do governo relataram uma disposição pragmática de trabalhar com qualquer que seja o presidente; no entanto, existem receios de que projetos e agendas importantes, como a cooperação ambiental, fiquem em segundo plano. Durante sua presidência anterior, Trump já havia abandonado o Acordo de Paris e expressado seu apoio contínuo aos combustíveis fósseis, o que levanta dúvidas sobre o futuro das iniciativas climáticas conjuntas.

Além disso, analistas mencionam a relevância da dinâmica entre Trump e o empresário Elon Musk, que gerou tensão recentemente com a Justiça brasileira. Essa proximidade pode complicar ainda mais a relação entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente se considerarmos o impacto que as redes sociais e a mídia têm no atual cenário político.

Ademais, o governo brasileiro considera que um Trump reeleito poderia acirrar a rivalidade com a China, o que seria visto como contraproducente por Brasília, dada a necessidade de um equilíbrio nas relações internacionais. No âmbito das relações bilaterais, há um entendimento de que os interesses econômicos ganharão destaque, refletindo uma abordagem pragmática que muitas vezes difere das práticas mais colaborativas buscadas pelo governo brasileiro atual. Neste contexto, o futuro das políticas externas de ambos os países entra em uma encruzilhada, enquanto o Brasil aguarda ansiosamente as definições eleitorais nos Estados Unidos.

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