Andy Sandness teve feições desfiguradas após tentar se suicidar com arma de fogo
Ele estava esperando por esse dia, e quando seu médico lhe entregou o espelho, Andy Sandness, de 31 anos, olhou para sua imagem e absorveu a enormidade do momento: ele tinha um rosto novo, que pertenceu a outro homem.
Seu pai e seu irmão, acompanhados por vários médicos e enfermeiras da Clínica Mayo, no estado americano de Minnesota, observavam enquanto ele se debruçava sobre seus traços inchados. Sandness estava apenas começando a se curar de uma das cirurgias mais raras do mundo — um transplante de rosto, o primeiro no centro médico. Ele tinha nariz, bochechas, boca, lábios, mandíbula, queixo e até mesmo os dentes de seu doador. Descansando na cama do hospital, ainda não conseguia falar claramente, mas tinha algo a dizer.
Ele rabiscou quatro palavras num caderno espiral:
“Ultrapassou muito as minhas expectativas”, escreveu, entregando o papel ao Dr. Samir Mardini, que leu a mensagem ao grupo.
— Você não sabe o quão feliz isso nos faz sentir — respondeu Mardini, com voz rouca de emoção enquanto olhava para o amigo e paciente, transformado em relação à aparência que conhecera pela primeira vez, quase uma década antes.
A troca chegou perto do final de uma extraordinária jornada médica que girou em torno de dois jovens. Ambos eram homens grandes e com apenas 21 anos quando, transtornados, decidiram se matar: um, Sandness, sobreviveu, mas com o rosto quase destruído por um tiro; o outro homem morreu.
Seus caminhos não convergiriam por anos, mas quando isto aconteceu — em salas de cirurgia lado a lado — a tragédia de um homem ofereceu esperança a outro, que ganharia uma segunda chance de uma vida normal.
