Após reeleição de Trump, premiê grego defende autonomia europeia para evitar guerra comercial e melhorar competitividade no cenário internacional.

Após a recente reeleição de Donald Trump, as autoridades europeias estão em alerta, buscando evitar uma guerra comercial com os Estados Unidos. O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, destacou a necessidade urgente de a Europa se tornar mais autônoma e competitiva em suas relações com o parceiro norte-americano. Em declarações feitas durante a COP29, realizada no Azerbaijão, Mitsotakis enfatizou que a União Europeia precisa deixar de lado as promessas vazias e agir de maneira decisiva para enfrentar os desafios que se avizinham.

O premiê grego se reuniu com Trump em uma conversa telefônica no início da semana, onde notou que, apesar do clima amigável, as condições que envolvem as relações comerciais entre a Europa e os EUA demandam atenção especial. Com isso em mente, Mitsotakis observou que há um déficit de investimento anual na União Europeia que gira em torno de 800 bilhões de euros, com a necessidade de aumentar tanto o financiamento público quanto privado. Esta questão é considerada uma das mais prementes para garantir que o bloco consiga se reposicionar no cenário global.

Uma das principais preocupações que emerge com a reeleição de Trump é sua política protecionista, que pode resultar em barreiras alfandegárias que impactariam de forma significativa as exportações europeias. Contudo, Mitsotakis acredita que ainda há espaço para uma cooperação frutífera, especialmente na área de energia. Ele sugere que o gás natural liquefeito (GNL) pode ser um ponto de convergência, permitindo que a Europa colabore com os EUA, enquanto simultaneamente busca atender às suas próprias metas de transição energética.

Nesse contexto, a mensagem de Mitsotakis é clara: a Europa deve se preparar para um novo ciclo de interações comerciais com os EUA, saindo da retórica e tomando ações concretas para garantir que seus interesses económicos e de negócios estejam seguros frente a um cenário internacional cada vez mais complexo. A urgência para essa mudança não é apenas uma questão de competitividade, mas também de sobrevivência econômica e política para a União Europeia no futuro próximo.

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