A visita de Stédile ao presidente foi acompanhada por João Paulo Rodrigues e Ceres Hadich, também dirigentes do movimento. Durante o depoimento à CPI, Stédile afirmou que a recente invasão às terras produtivas da Embrapa, em Petrolina (PE), foi considerada um erro por parte do MST. Ele ainda enfatizou que o movimento permanece “independente” do governo e que ações como essa não contaram com a aprovação do poder Executivo. Segundo Stédile, o MST não fez nenhum pedido de nomeações em ministérios ou empresas públicas durante o mandato de Lula.
No último mês, o MST voltou a ocupar a unidade da Embrapa em Petrolina, alegando que o governo federal não cumpriu o acordo estabelecido em abril deste ano, quando 1.550 famílias invadiram as estruturas da estatal pela primeira vez.
Durante o encontro com Lula, os dirigentes sem terra presentearam o presidente com um quadro da arte intitulado “Rumo aos 40 anos do MST”, em celebração às quatro décadas de existência do movimento. A obra retrata a trajetória do MST desde a sua fundação e é uma forma de homenagear a luta pela reforma agrária ao longo dos anos.
O MST tem sido alvo de diversas críticas e polêmicas ao longo do tempo. Enquanto alguns enxergam o movimento como uma importante voz na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais e pela reforma agrária, outros o acusam de invadir propriedades privadas e cometer atos de vandalismo. A visita de Stédile à CPI e seu encontro com o presidente visam esclarecer a posição do MST diante das recentes ocupações e reforçar a independência do movimento em relação ao governo.
Ainda é incerto qual será o desdobramento dessa reunião entre Stédile e Lula e como o MST seguirá suas ações futuras. O que se espera é que todas as partes envolvidas busquem o diálogo e a busca por soluções pacíficas para as questões relacionadas à reforma agrária e aos direitos dos trabalhadores rurais. Essa é uma discussão que envolve não apenas o governo e o MST, mas também a sociedade como um todo, e a busca por um consenso é fundamental para construir um país mais justo e igualitário.