Após COP30, Orçamento da Secretaria de Meio Ambiente do Pará Cai 61%, Revelando Falta de Compromisso com a Sustentabilidade e Crise de Recursos.

Após a COP-30, Orçamento da Secretaria de Meio Ambiente do Pará Enfrenta Cortes Significativos

Belém, PA – A recente realização da COP-30, em Belém, serviu como um atrativo para atrair a atenção internacional para as questões ambientais do Estado. Contudo, ao apagar das luzes do evento, o palco foi retirado e a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará encontrou-se em uma situação financeira alarmante. O governo paraense, que havia turbinado o orçamento da pasta para R$ 1 bilhão em 2024, agora inicia um retorno a uma realidade alarmante, que já transformou o Estado em um dos campeões em desmatamento.

Em 2023, a secretaria dispôs de apenas R$ 207,2 milhões. Com a saída dos representantes do mundo todo, a expectativa de recursos minguou, fazendo com que o orçamento para este ano (2025) já apresentasse um recuo de 34%, reduzindo-se para R$ 674,8 milhões. O cenário para o próximo ano não é mais animador. Um novo corte de 41% significa que apenas R$ 397,9 milhões estarão disponíveis para a secretaria em 2026. Esse montante, se comparado ao R$ 1 bilhão disponível durante a COP-30, representa uma diminuição drástica de 61%.

A situação é ainda mais crítica quando se considera a verba destinada a investimentos. Para o ano em que a cúpula foi realizada, a secretaria havia separado R$ 328,7 milhões, mas essa quantia caiu significativamente, deixando apenas R$ 77,1 milhões disponíveis em 2026. Esses cortes orçamentários podem afetar drasticamente não apenas a capacidade de fiscalização e proteção ambiental, mas também iniciativas essenciais para a preservação da biodiversidade tão singela na Amazônia.

Esses fatos colocam em questão a continuidade das políticas públicas que visam à proteção do meio ambiente no Pará e levantam uma reflexão sobre o compromisso governamental com a sustentabilidade quando a atenção internacional se dispersa. Os próximos desafios exigirão não apenas uma reavaliação do investimento em questões ambientais, mas também um esforço conjunto de todos os setores da sociedade para garantir um futuro mais sustentável e menos dependente do ciclo das conveniências políticas e econômicas passageiras. Com isso, a pergunta que fica é: o que acontecerá com as políticas de proteção ambiental em um cenário em que a fiscalização e os investimentos estão em franca decadência?

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