Limyra, situada a 9 quilômetros a nordeste de Finike, foi um importante centro político da Lícia durante o reinado de Pericles e, posteriormente, tornou-se sede de uma diocese no período bizantino. Desde que começaram as escavações na região, os arqueólogos se depararam com a dificuldade de identificar a localização exata do templo dedicado a Zeus, que era a divindade mais reverenciada durante as eras clássica, helenística e romana. Embora diversas inscrições comprovassem a existência do templo, sua localização se manteve como um dos maiores enigmas de Limyra.
Nesta temporada de escavações, os pesquisadores conseguiram identificar a fachada oriental do templo, que representa a entrada principal do santuário. Eles revelaram uma série de paredes laterais alongadas que define o pórtico do espaço sagrado, marcando o limiar do que uma vez foi um local de culto monumental. Com aproximadamente 15 metros de comprimento, a fachada demonstra que não se tratava de um mero santuário rural, mas de uma estrutura significativa alinhada ao eixo urbano da cidade.
A descoberta não apenas confirma a importância histórica do templo, mas também desafia a narrativa tradicional de que Limyra era uma fundação estritamente romana. Fragmentos cerâmicos encontrados nas proximidades do templo sugerem que a região já estava habitada há mais de 5.000 anos, antes da chegada dos romanos.
Além de sua relevância arqueológica, a descoberta do templo de Zeus se alinha com as iniciativas contemporâneas de preservação do patrimônio cultural promovidas pelo projeto “Herança para o Futuro”, que visa proteger e reinterpretar importantes paisagens arqueológicas na Turquia. Com a identificação do templo, os arqueólogos agora esperam que futuras escavações tragam novas informações sobre rituais públicos e a dinâmica do poder político na região, ao longo de dois milênios de ocupação contínua.
