O aplicativo, criado por um grupo de alunos e professores da universidade, tem como objetivo tirar fotos e classificar os grãos de café de acordo com sua qualidade. Isso permitirá aos produtores direcionar o manejo na lavoura, realizar colheitas direcionadas e investir na pós-colheita, garantindo a produção de cafés especiais.
Segundo o professor de Engenharia Rural da Ufes, Samuel de Assis Silva, a ideia surgiu há quatro anos, durante seu doutorado. Ele percebeu a importância de os produtores conhecerem o ponto exato de colheita dos grãos, bem como definir estratégias para o pós-colheita, aproveitando os diferentes lotes de café produzidos.
O equipamento, que associa imagens digitais e Inteligência Artificial, está sendo desenvolvido para prever a qualidade sensorial de cafés arábica e conilon. Uma câmera instalada ajuda na seleção e o computador processa as imagens, fornecendo ao produtor informações detalhadas sobre a qualidade dos grãos.
Com o uso desta tecnologia, os produtores poderão identificar rapidamente a qualidade do café, direcionando os lotes com maior potencial para a produção de cafés especiais, enquanto os lotes com menor potencial poderão ser destinados à produção de commodities.
Ainda em fase de protótipo, o aplicativo já provou sua eficiência em testes, com resultados comparáveis aos de provadores humanos treinados. A expectativa é que em breve o equipamento possa ser utilizado de forma mais prática, com a possibilidade de acesso via celular.
A Inteligência Artificial tem se mostrado uma ferramenta promissora para o campo, auxiliando os agricultores a tomar decisões mais assertivas. Especialistas destacam a importância de os produtores modernizarem suas atividades e fornecerem dados de qualidade para que as tecnologias possam ser plenamente aproveitadas.
Com o avanço da digitalização no campo, a utilização da IA se torna mais acessível e eficiente. Nos próximos anos, espera-se uma era de digitalização intensa, com mais dados de qualidade disponíveis para impulsionar a inovação no setor agrícola. O futuro da produção de café e de outras culturas agrícolas promete ser cada vez mais tecnológico e sustentável.
