O imóvel, frequentado por líderes da quadrilha como Ailton José da Silva, conhecido como “Calcinha”, Fausto Henrique Ferreira da Silva e Albert Fabiano Dantas da Costa, foi palco de movimentações que chamaram a atenção dos investigadores. Mais de R$ 2,2 bilhões foram movimentados pela quadrilha em apenas dois anos, evidenciando a dimensão do esquema.
Uma das descobertas feitas pela PF foi a identificação de Fausto como responsável por efetuar os pagamentos das contas do apartamento, utilizando inclusive identidades falsas. Albert Fabiano Dantas da Costa, por exemplo, se apresentava como “José Lucas Lima da Silva” na portaria do prédio, enquanto outro envolvido se identificava como “Silas Soares Rodrigues”.
Além do tráfico de drogas dentro do Brasil, o grupo também atuava no envio de entorpecentes para o exterior, especialmente para a Europa, utilizando empresas de fachada e conexões na Colômbia para financiar a compra de novas remessas. Para movimentar o dinheiro gerado pelas atividades ilícitas, a quadrilha usava empresas laranjas e contas falsas, dificultando o rastreamento das transações financeiras.
A Operação Siderado resultou na prisão de 19 pessoas e na realização de 13 mandados de busca e apreensão em cinco estados brasileiros. Além disso, 38 contas bancárias foram bloqueadas e sete empresas ligadas ao tráfico tiveram suas atividades canceladas. Um dos principais líderes do grupo foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, o que evidencia a dimensão internacional do crime.
A Polícia Federal segue a investigação para identificar todos os envolvidos nessa rede criminosa, que tinha ligações não só com o tráfico de drogas, mas também com o comércio ilegal de armas e a eliminação de rivais de forma brutal. O cerco está se fechando para os responsáveis por esse esquema milionário, que agora terão que prestar contas à Justiça.