Os efeitos do apagão vão muito além da simples falta de luz. O fornecimento de água está comprometido em diversos bairros devido à paralisação das bombas da Sabesp, responsável pelo saneamento, que depende da eletricidade para operar. Esta situação afeta não apenas residências, mas também estabelecimentos comerciais e unidades de saúde, que estão enfrentando dificuldades operacionais e prejuízos. Açougues, por exemplo, relataram perdas significativas devido ao corte de energia.
A Enel emitiu um comunicado destacando que o processo de restabelecimento é “complexo”. Os danos incluem a necessidade de substituir postes e transformadores, além da recondução de cabos que foram danificados pelo vendaval, que, em sua intensidade, derrubou árvores e bloqueou ruas em diversos pontos da cidade. Esta condição também tem gerado problemas no trânsito, com semáforos apagados e congestionamentos que complicam ainda mais a mobilidade urbana, especialmente em um final de semana.
As autoridades da Defesa Civil estão em alerta, informando que, apesar de o clima estar estável, as consequências do desastre ainda impactam a vida cotidiana dos moradores e os serviços públicos. O Procon-SP notificou a Enel exigindo esclarecimentos sobre o plano de atendimento e as medidas que estão sendo tomadas para ajudar a população afetada. Essa situação é ainda mais desafiadora considerando que, no auge da crise, mais de 2,2 milhões de clientes foram impactados pelo apagão na região metropolitana.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, abordou a responsabilidade da Enel, pedindo uma atuação rigorosa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na supervisão da concessionária. Em resposta a possíveis intervenções do governo estadual na Enel, Alckmin destacou que a situação é complexa, pois a empresa é privada e que a supervisão cabe à agência reguladora. Essa posição foi reafirmada durante um evento em São Paulo, onde líderes estaduais, incluindo o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas, também discutiram a necessidade de ações mais diretas frente à crise.
Diante deste cenário alarmante, a população da Grande São Paulo demanda respostas urgentes e soluções eficazes para restaurar a normalidade em suas vidas.
