Apagão na Grande São Paulo afeta milhões e paralisa serviços dois dias após ciclone histórico; autoridades cobram respostas da Enel sobre normalização.

Na Grande São Paulo, a situação continua crítica. Nesta sexta-feira, a região ainda registrava entre 670 mil e 835 mil imóveis sem fornecimento de energia elétrica, dois dias após um ciclone extratropical devastador atingiu a área, trazendo ventos que chegaram a quase 100 km/h. A concessionária Enel informou que a normalização completa dos serviços ainda não tem previsão, complicando a rotina dos paulistanos.

Os efeitos do apagão vão muito além da simples falta de luz. O fornecimento de água está comprometido em diversos bairros devido à paralisação das bombas da Sabesp, responsável pelo saneamento, que depende da eletricidade para operar. Esta situação afeta não apenas residências, mas também estabelecimentos comerciais e unidades de saúde, que estão enfrentando dificuldades operacionais e prejuízos. Açougues, por exemplo, relataram perdas significativas devido ao corte de energia.

A Enel emitiu um comunicado destacando que o processo de restabelecimento é “complexo”. Os danos incluem a necessidade de substituir postes e transformadores, além da recondução de cabos que foram danificados pelo vendaval, que, em sua intensidade, derrubou árvores e bloqueou ruas em diversos pontos da cidade. Esta condição também tem gerado problemas no trânsito, com semáforos apagados e congestionamentos que complicam ainda mais a mobilidade urbana, especialmente em um final de semana.

As autoridades da Defesa Civil estão em alerta, informando que, apesar de o clima estar estável, as consequências do desastre ainda impactam a vida cotidiana dos moradores e os serviços públicos. O Procon-SP notificou a Enel exigindo esclarecimentos sobre o plano de atendimento e as medidas que estão sendo tomadas para ajudar a população afetada. Essa situação é ainda mais desafiadora considerando que, no auge da crise, mais de 2,2 milhões de clientes foram impactados pelo apagão na região metropolitana.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, abordou a responsabilidade da Enel, pedindo uma atuação rigorosa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na supervisão da concessionária. Em resposta a possíveis intervenções do governo estadual na Enel, Alckmin destacou que a situação é complexa, pois a empresa é privada e que a supervisão cabe à agência reguladora. Essa posição foi reafirmada durante um evento em São Paulo, onde líderes estaduais, incluindo o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas, também discutiram a necessidade de ações mais diretas frente à crise.

Diante deste cenário alarmante, a população da Grande São Paulo demanda respostas urgentes e soluções eficazes para restaurar a normalidade em suas vidas.

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