Anvisa proíbe manipulação de medicamentos para emagrecimento e diabetes, visando proteger saúde pública diante da crescente demanda por “canetas emagrecedoras”.

Na última segunda-feira, 25 de setembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou uma proibição significativa em relação à manipulação de medicamentos agonistas de GLP-1, incluindo Ozempic, Wegovy e Mounjaro, que são amplamente utilizados para o tratamento da diabetes tipo 2 e na redução de peso. Essa decisão, formalizada através do Despacho nº 97/2025, surge em resposta ao crescente interesse em medicamentos frequentemente referidos como “canetas emagrecedoras”. A medida foi adotada com o objetivo de mitigar os riscos à saúde associados ao uso inadequado desses produtos.

A Anvisa estabeleceu que farmácias de manipulação estarão restritas na importação de insumos biotecnológicos, determinando que, mesmo quando utilizarem materiais adquiridos de fornecedores internacionais, devem seguir padrões rigorosos de qualidade e de esterilidade. Em relação ao uso da semaglutida — o princípio ativo presente nos medicamentos Ozempic e Wegovy — a posição da agência é clara: sua manipulação não é permitida no território brasileiro. Além disso, a norma estabelece que apenas insumos resultantes de síntese química podem ser manipulados, desde que exista um medicamento homologado no país com a mesma composição, o que, neste caso específico, não é verificado.

Essa nova diretriz complementa regulamentações implementadas em abril, que anteriormente já exigiam a retenção da receita médica para a venda desses produtos. A decisão é respaldada por associações médicas, que reconhecem a importância de proteger a saúde da população. A farmacêutica Novo Nordisk, produtora do Ozempic e Wegovy, também manifestou apoio à medida, considerando-a uma “camada adicional de proteção” à saúde pública, essencial para a contenção de abusos e potenciais efeitos colaterais.

Além disso, a Anvisa enfatizou que a fiscalização sobre farmácias que desrespeitarem essa nova norma será intensificada, e as instituições que não cumprirem as exigências estarão sujeitas a penalizações severas. A atuação da agência revela um panorama de crescente preocupação com a segurança dos medicamentos e a saúde coletiva, em um cenário onde a pressão por soluções rápidas para perda de peso pode levar a escolhas prejudiciais.

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