Annalena Baerbock critica apoio da China à Rússia em visita à Pequim e reafirma compromisso europeu com a Ucrânia

No dia 2 de dezembro de 2024, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, iniciou uma visita à China que rapidamente se mostrou tensa e repleta de polarização. Em seu discurso inaugural, Baerbock não hesitou em criticar a posição da China em relação ao apoio à Rússia, afirmando que Pequim está “contrariando a Europa” na atual conjuntura global. Essas declarações marcam uma escalada nas tensões entre a Alemanha, um dos principais atores da União Europeia, e seus parceiros na Ásia, especialmente em um momento em que a comunidade internacional está atenta às relações entre Pequim e Moscou, especialmente no que diz respeito ao conflito na Ucrânia.

Baerbock atribuía à Rússia a responsabilidade por “destruir a ordem de paz europeia”, enfatizando que a amplificação do suporte chinês a Moscou está afetando as relações entre a Europa e a China. O tom contundente do discurso da ministra se afasta das práticas tradicionais da diplomacia, o que provocou reações imediatas. Durante sua estadia, ela havia solicitado que mais armamentos fossem enviados à Ucrânia, reiterando a posição de apoio contínuo de Berlim a Kiev. Vale lembrar que, em visitas anteriores, a ministra já havia se envolvido em controvérsias, como ao classificar o presidente chinês, Xi Jinping, de “ditador”, complicando ainda mais o cenário de relações bilaterais.

A ministra também expressou a intenção de promover um “processo de paz justo”, delineando os esforços da Alemanha em buscar uma solução para o conflito ucraniano. Entretanto, após o discurso, a segurança teve que intervir para conduzir jornalistas alemães à saída, evidenciando a carga emocional e a tensão do encontro. Além disso, desta vez não houve qualquer declaração conjunta com Wang Yi, seu homólogo chinês, algo que pode ser interpretado como um reflexo da profunda desconfiança que permeia o ambiente político.

De acordo com Pequim, a relação com a Rússia é baseada na confiança, e a China vem se oposto às sanções ocidentais imposta ao país. A crítica alemã à postura chinesa deve acirrar ainda mais os debates sobre as alianças estratégicas no cenário internacional, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia e suas repercussões globais.

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