Anderson Torres e Silvinei Vasques Compartilham Rotina no “Jardim Carcerário” da Papudinha, Refletindo Queda de Figuras da Segurança Pública

Sob um céu limpo e em um ambiente de quase total silêncio, Anderson Torres e Silvinei Vasques compartilham o que se tornou sua nova realidade no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, conhecido como Papudinha. Este local, que abriga algumas prisões de autoridades, apresenta um “jardim carcerário”, onde os dois ex-altos funcionários do governo Bolsonaro desfrutam de momentos de sol, embora sempre sob a atenta vigilância de três policiais militares.

Anderson Torres, que está preso desde 25 de novembro, agora divide a cela com Silvinei Vasques, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. Vasques chegou ao batalhão no último sábado, 27 de dezembro, em um voo da Polícia Federal, portando apenas uma pequena mala – um indício de que, embora a prisão fosse esperada, a execução foi repentina. A rápida movimentação de Vasques, após um período em que aguardava na liberdade a resolução de seus processos, culminou em sua prisão no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, no Paraguai, onde tentou embarcar com documentos falsos, evidenciando uma possível fuga planejada.

Apesar da presença de arbustos e árvores, o espaço verde no hold da Papudinha é apenas um palco para uma libertação ilusória. Torres e Vasques são avistados caminhando devagar e se comunicando em murmúrios. A rotina é marcada por um controle rigoroso, com os policiais atentos a cada passo. O Núcleo de Custódia da Polícia Militar, que abriga essas figuras públicas, é projetado para oferecer uma certa exclusividade em comparação com outros estabelecimentos prisionais.

Ambos os detentos estão envolvidos em um caso abrangente que investiga uma tentativa de golpe de Estado no país, em que Vasques teve um papel central, coordenando ações que buscavam desestabilizar a votação nas eleições de 2022. Ele foi anteriormente preso em agosto, mas liberado sob decisão judicial, até que as medidas cautelares deixaram de ser suficientes para conter sua tentativa de fuga.

O momento da prisão não apenas altera o status pessoal desses dois ex-ministros, mas também representa a queda de figuras que estavam no coração da segurança pública brasileira. Suas histórias, agora entrelaçadas não apenas por suas ações, mas pela experiência compartilhada de confinamento, são um forte lembrete da complexidade das tensões políticas que ainda permeiam o cenário nacional. O “jardim carcerário”, com seus traços de liberdade aparente, reflete as nuances de uma situação que vai muito além dos muros da prisão.

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