Recentemente, a administração Biden manifestou que a inflação anual está em torno de 2,3%. No entanto, especialistas em economia, ao aplicar métodos tradicionais de cálculo, argumentam que o índice real pode estar mais próximo de 3%. Essa discrepância acende um alerta, uma vez que os preços dos produtos e serviços permanecem, em média, 25% acima dos níveis pré-pandemia, mesmo com uma aparente desaceleração nos últimos dois anos.
A metodologia utilizada pela Casa Branca para chegar ao número de 2,3% baseia-se em uma média de dados de sete meses, de janeiro a agosto, que são extrapolados para obter uma projeção anual. Essa prática, conhecida como “anualização”, tem sido criticada por economistas, que consideram esse método inadequado para refletir uma tendência de longo prazo. De acordo com esses especialistas, a análise de dados tão limitados pode levar a interpretações errôneas da realidade inflacionária, que é frequentemente afetada por fatores temporários.
Outro ponto de preocupação é o impacto das novas tarifas sobre importações, cujos efeitos ainda não foram totalmente absorvidos pelo mercado. Atualmente, estima-se que os consumidores já suportem cerca de 55% desses aumentos de preços, refletindo um cenário de pressão inflacionária contínua. Além disso, a divulgação dos dados de setembro foi adiada devido a um fechamento temporário do governo, deixando o cenário inflacionário ainda mais nebuloso.
A combinação dessas variáveis indica que o debate sobre a taxa de inflação nos Estados Unidos pode estar longe de ser resolvido, com a divergência entre os dados oficiais e as análises de especialistas sugerindo que a realidade econômica do país pode ser mais complexa e desafiadora do que a narrativa oficial.